Fotos: William Matos
A extensão dos trilhos da Ferrovia Senador Vicente Vuolo, conhecida como Ferronorte, de Rondonópolis a Cuiabá, ainda não foi garantida pelo Ministério dos Transportes, segundo o coordenador geral de Programação e Capacitação para o Desenvolvimento de Transportes, Anderson Moreno Luz.
“É legalmente possível, mas obviamente a gente precisa realizar discussões técnicas a cerca do trecho, o que vai interver o Ministério do Transporte para verificar a possibilidade de efetivação desse trecho de Rondonópolis a Cuiabá. Mas, o Ministério não tem como garantir a chegada dos trilhos neste momento”, disse Luz, durante a reunião que tratou dos avanços dos trilhos até a Capital.
A solenidade aconteceu na Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), em Cuiabá, nesta sexta-feira (24). “Nós queremos ouvir o Fórum e o Governo do Estado para entender as necessidades reais”, ressaltou Luz.
Pelo estudo de viabilidade da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), o custo para expansão será na ordem de R$ 1,36 bilhão. Entre Cuiabá e Sorriso R$3,6 bilhões. O presidente do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo, explicou que neste primeiro momento os recursos para expansão não virão da União.
“A concessão é uma concessão pública dada à iniciativa privada, quando a concessionária manifesta o interesse em avançar a ferrovia, ela já apresenta um cronograma financeiro que irá garantir essa construção. Ou seja, não depende do Governo Federal, depende da iniciativa privada”, disse.
As discussões referentes à Ferrovia Senador Vicente Vuolo, inaugurada em 2013, foram retomadas recentemente. O prolongamento do modal beneficiará 13 municípios do Vale do Rio Cuiabá e visa atrair mais indústrias, reduzir o custo do frete, gerar mais emprego, e desenvolver a região economicamente.
O presidente da Fiemt, Jandir Milan lembrou que com a expansão, Cuiabá terá condições de se industrializar novamente. Só em 2016, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), 400 indústrias fecharam na Capital. “Temos condições de industrializar, ser um grande polo de serviço e quem ganha com isso é a população”.
Ele explicou que hoje o produtor gasta, por exemplo, em torno de R$ 100 para transportar um produto pela rodovia, com a ferrovia, esse valor cai pela metade (R$ 50). Milan criticou a falta de ferrovias e lembrou que há 64 anos, havia mais ferrovias do que hoje.
“Isso é um absurdo, a falta de propostas dos governos de fazer ferrovias. 64 anos depois tem menos km do que se tinha”, lamentou. De acordo com o presidente da Fiemt, o Governo federal deve viabilizar concessões e trazer dinheiro externo para investir no Brasil. “Eu tenho certeza que se o Governo Federal pegar firme, vai aparecer investidores para fazer ferrovia no país”.
De acordo com o secretário de Estado de Infraestrutura (Sinfra), Marcelo Duarte, cabe ao Governo do Estado fazer uma articulação ‘pesada’ junto ao Governo de São Paulo e Federal. “O Governo está buscando que a concessionário responsável pela malha [Rumo ALL], se comprometa de avançar com os trilhos para o Norte do Estado”, contou.
A expansão dos trilhos depende da renovação do contrato de concessão da malha ferroviária de São Paulo, por mais 30 anos. Para que isso ocorra, o Governo do Estado, junto com os representantes do Fórum Pró-Ferrovia se articulam para que eles consigam a renovação e assim assumam o compromisso com Cuiabá.
O evento reuniu o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro(PMDB); representantes da Comissão de Infraestrutura do Senado, senador Wellington Fagundes. Além dos senadores José Medeiros (PSD), Victório Galli (PSC), e um representante do Tribunal de Contas do Estado.
Ato de Adesão
Durante a solenidade, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetroleo) assinou o ‘Ato de Adesão’, junto ao Fórum Pró-Ferrovia.
Sobre a Ferrovia
Os trilhos em Mato Grosso chegam atualmente até o município de Rondonópolis, saindo do Porto de Santos, em São Paulo. A ferrovia foi inaugurada em Rondonópolis em setembro de 2013 e conta com outros terminais localizados em Alto Taquari, Alto Araguaia e Itiquira.
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