A exposição 2000 – Gravuras Digitais de Humberto Espíndola com curadoria de Amanda Gama e Willian Gama apresentará pelo Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT (MACP-UFMT) dentro do programa “A Importância da Cultura nos 50 anos da UFMT”, cinquenta obras inéditas do artista criadas na virada do século XX para o século XXI. Momento revolucionário para arte devido ao início da popularização do acesso “doméstico” aos computadores, softwares e a própria internet. Um pouco mais de vinte anos depois da produção, curiosamente a exposição acontecerá por meio da mesma plataforma em que as obras foram criadas, as digitais.
O momento de pandemia vem ensinando as pessoas outros modos de interação social, por isso, esta será uma exposição 100% digital. No início do ano de 2020 quando o Conselho Curador do Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT fez sua primeira reunião, apesar de alguns países já estarem na luta contra o COVID19 não ocorreu a ideia de que o vírus uma má, mas grande novidade pudesse colocar o mundo em quarentena, nesta ocasião os conselheiros decidiram unanimemente que 2020 seria o ano em que o trabalho do MACP estaria voltado para amparar as comemorações dos 50 anos da UFMT, resgatando a importância de todos os instrumentos culturais que contribuíram para que a universidade chegasse ao seu cinquentenário.
Mais tecnicamente, as gravuras foram trabalhadas em computadores dos anos 90, que suportavam pouco processamento gráfico, e as imagens eram visualizadas em monitores de tubo de raios catódicos, assim a visualidade das imagens contém pixels que sustentam pinceladas feitas digitalmente. A ruptura, o estouro da cor, as quebras, e cada detalhe remonta um período único e específico da era digital. O programa mais utilizado foi o PC Paintbrush, criado pela ZSoft Corporation para o MSDOS e adaptada para o Windows, que se tornaria tão somente "Paint" no futuro. Desenhadas e coloridas utilizando, mouse e scanners da época, Humberto desenvolveu alucinantes gravuras digitais, que seduzem o olhar para a “tela”.
Para a professora Noemi Ribeiro fundadora do Gabinete de Gravura do Museu Nacional de Belas Artes (RJ), historiadora de arte, especialista em graphic design e comunicação visual, “Humberto Espíndola, nos remetendo a um passado mítico, começa a olhar e a falar com outros meios expressivos atualizando seus arquétipos editados sob forma eletrônica. As formas taurinas explodem, incendeiam-se e, quando se supõe que viraram pura imagem luminosa elas voltam a nos falar das máscaras trágicas, do mágico e do mítico”.
Segundo Humberto Espíndola é importante ressaltar que “no fazer da arte, o que realmente importa é o resultado. Aquilo que se obtém visualmente. Fazemos esta observação porque geralmente supõe-se que gravuras processadas em computador revelam características onde o instrumento de trabalho se evidencia demais. Excessos de retícula, efeitos de alto-contraste, futurismos de um modo geral, divulgaram a primeira imagem dessas novas “mesas de gravar” à disposição dos artistas contemporâneos”.
A Coordenadora de Cultura, Thania Arruda, destaca que “a Plataforma Virtual Cultura e Vivência, lançada em abril/2020, é uma maneira de adaptar o programa sobre a importância da Cultura nos 50 anos da UFMT a essa situação imposta pelo COVID19, buscando a interatividade com a comunidade intra e extra muros, divulgando virtualmente a produção cultural e artística, disponibilizando os seus acervos, envolvendo novas parcerias, diversificando conteúdos e expondo talentos, consolidando-se como um espaço digital vibrante, amplo e universal. E nesse sentido a exposição 2000 – Gravuras Digitais de Humberto Espíndola é um marco que nos fortalece e desafia como instituição cinquentenária.”
Serviço:
Exposição 2000| Gravuras Digitais de Humberto Espíndola
Data de lançamento: 17 de junho de 2020 às 10h00.
Local: Plataformas digitais do Museu de Arte e de Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP-UFMT).
Link para acesso: www.macpufmt.wordpress.com
Outras informações: (65) 992511805 – Galeria Mirante das Artes.