A aprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro está em 38%, uma das mais altas desde fevereiro de 2019, antes da pandemia do coronavírus. Em relação à última pesquisa, feita há duas semanas, a avaliação caiu 1%, mas oscilou dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Sendo assim, é considerada estável. A desaprovação caiu de 39% para 34%. Aqueles que nem aprovam e nem desaprovam saíram de 21% e agora somam 28%.
Os dados são da mais recente pesquisa exclusiva EXAME/IDEIA, projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento foi feito por telefone com 1.200 pessoas entre os dias 2 e 5 de novembro.
A mais alta avaliação da série histórica foi registrada em janeiro de 2019, quando 49% aprovavam o governo. Este valor foi caindo até chegar em 20% no mês de maio deste ano, coincidindo com o agravamento no número de casos e de mortes por covid-19 no país. A alta significativa foi percebida em agosto (37%), mês em que houve a liberação de grande parte do auxílio emergencial.
Assim como na avaliação nacional, os números por região também ficaram estáveis. O Norte puxa o saldo positivo, com 56% de aprovação. No Centro-Oeste está em 52%, no Sul, com 44%, e no Nordeste é de 34%. A única região em que a desaprovação é maior, é o Sudeste, onde 41% dos entrevistados não corroboram com a maneira como Bolsonaro governa.
Na mesma linha da aprovação, a pesquisa perguntou como os brasileiros avaliam o governo Bolsonaro até o momento. Os números ficaram estáveis desde a última entrevista, com 37% que consideram o governo ótimo/bom, 27% regular, e 33% ruim/péssimo.
Maurício Moura, fundador do IDEIA, avalia que a aprovação de Bolsonaro está em um patamar estável, mas o presidente busca aumentar a sua margem, principalmente no Nordeste. Uma das medidas, foi o adiamento da decisão sobre o financiamento do programa Renda Cidadã para depois das eleições municipais.
“A aprovação na região Norte é muito alta. Mas tudo pode mudar, dependendo do desempenho econômico. E, conectado à economia, está o comportamento da pandemia de covid-19 e uma possível segunda onda”, diz.
A pesquisa também ouviu os entrevistados sobre as perspectivas dos brasileiros do cenário econômico daqui um ano. Há 31% afirmando que ela estará melhor que a atual, 33% dizendo que não vai mudar, e outros 33% acreditando que a economia estará ainda pior.
“Cabe ressaltar que essas perspectivas têm alta relação com a avaliação e aprovação do governo federal, sendo que quanto mais positiva a visão do governo Bolsonaro, maior é a tendência em acreditar na melhora da economia brasileira”, diz Moura.