Fique de olho na bomba de combustível! O etanol em Mato Grosso é considerado o combustível mais barato no Brasil, conforme informa o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool-MT). Mas não é essa a realidade conferida em diversos postos de combustível de Cuiabá e Várzea Grande. Em comparativo, é apresentada uma diferença de até R$ 0,57 por litro do combustível.
No indicador semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Esalq/USP) apresentado pelo Sindalcool-MT o etanol estava a R$ 1,41 entre os dias 13 e 17 de outubro deste ano. Mas a realidade em Cuiabá varia em suas extremidades, de R$ 1,65 no bairro Distrito Industrial (saída da capital pela BR-364) a R$ 2,09 na MT-40, pela Palmiro Paes de Barros, sentido Santo Antônio de Leverger.
“Há oito anos o valor do etanol de Mato Grosso é o menor do Brasil comparado à gasolina”, diz o diretor executivo do Sindalcool-MT, Jorge dos Santos.
Há uma discrepância nas bombas de combustível, ou seria equívoco do Sindalcool e do Esalq/USP quanto ao valor do etanol?
O consumidor está pagando a média de R$ 1,99 e não a de R$ 1,41, apresentada entre os dias 13 e 17 de outubro de 2014 por ambas as instituições. A reportagem do Circuito Mato Grosso percorreu pelo menos 30 postos de combustíveis em Cuiabá e Várzea Grande para averiguar o valor nas bombas de combustível e conferiu diversos preços.
A maioria das empresas franqueadas a uma distribuidora cobra R$ 1,99, à exceção de valores alguns centavos a menos em Cuiabá, a R$ 1,88, num posto de combustível da Avenida Miguel Sutil, R$ 1,89 na MT-40 (na região do bairro Parque Cuiabá) e a R$ 1,90 na Avenida Lava-Pés.
Em postos de “bandeira branca”, não vinculados a uma distribuidora específica e que praticam valores mais em conta na bomba de combustível, os preços variam do mais barato (R$ 1,65) no Distrito Industrial a R$ 2,09 na MT-40. Também há preços de R$ 1,86, R$ 1,87, R$ 1,88 e R$ 1,99.
O consumidor sente a diferença em relação ao valor da gasolina. “Porque o etanol é feito aqui e no caso da gasolina, do petróleo, a maior parte dele vem do outro lado do mundo. Atravessa dois oceanos, chega aqui, é refinado e depois vai para a bomba. Enquanto que o álcool é produzido aqui, e renovável, cada ano se produz mais e melhor. Então é muito desproporcional o valor do álcool com o da gasolina”, reclama o aposentado Francisco Carlos.
Segundo ele, há um mês se abastecia no posto bandeirado onde ele é cliente a um valor de R$ 1,67, e indigna-se ao dizer que o valor aumentou em praticamente R$ 0,40. “Não tem explicação. E hoje está em plena safra da cana, ou seja, está produzindo muito álcool e deveria estar mais barato ainda que R$ 1,60”, reclama o aposentado.
“O valor depende do mercado mundial, do dólar, da produtividade, da chuva, condições climáticas, porque é uma agroindústria”, explica Jorge dos Santos.