Um novo estudo divulgado nesta segunda-feira (14) pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aponta que taxistas não perderam mercado nas cidades brasileiras onde o serviço de transporte do aplicativo Uber começou a funcionar.
De acordo com o Cade, ao invés de “absorver uma parcela relevante das corridas feitas por taxis”, o Uber “conquistou majoritariamente novos clientes, que não utilizavam serviços de taxi.”
“Significa, em suma, que até o momento o Uber não ‘usurpou’ parte considerável dos clientes dos taxis nem comprometeu significativamente o negócio dos taxistas, mas sim gerou uma nova demanda”, detalha o documento.
O estudo diz ainda que o aplicativo possibilitou a criação de um novo mercado, mas destaca que a tendência é que “a rivalidade entre os serviços de caronas pagas [Uber] e de corridas de táxis cresça ao longo do tempo, fomentando a competição entre os agentes econômicos e possibilitando mais opções aos consumidores.”
Para chegar a esse resultado, o estudo comparou o uso dos aplicativos 99taxis e Easy Taxi, que trabalham apenas com taxistas, com o uso do Uber, em cidades já atendidas por esse último – São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte – e em locais que ainda não possuíam a tecnologia, como Recife e Porto Alegre. O período estudado foi de outubro de 2014 e maio de 2015.
Motoristas de taxis de cidades como São Paulo, Rio e Brasília fizeram protestos contra o uso e a regulamentação do Uber.
Em julho, o Cade instaurou inquérito administrativo para apurar se o combate das entidades de taxistas ao aplicativo representa “infração à ordem econômica”. A decisão foi tomada após representação de movimentos estudantis do Distrito Federal que denunciaram “conduta anticompetitiva” dos sindicatos.
No início de setembro, o Cade divulgou um estudo que apontou que não existem razões econômicas para a proibição de serviços como o oferecido pelo Uber. O documento diz ainda que a atuação de novos agentes no mercado de transporte individual é positiva para o consumidor e para que haja concorrência.
Fonte: G1