Ambientada no reino de Luís XIII, Cyrano é uma obra imortal, sempre encenada nos palcos e telas de cinema do mundo inteiro. A peça é toda escrita em versos, fazendo com que os personagens cresçam e dominem os intérpretes, despojando-os de sua própria pessoa e integrando cada um deles em um mundo maior, onde a ficção magicamente supera e enriquece a realidade. Para a estudante Joana Santos, fazer teatro é mais que ‘o decorar de linhas’, é um momento mágico que traz um sentimento de poder errar e consertar, poder sempre fazer melhor, dedicar-se a cada vírgula, viver uma pessoa diferente sem deixar de ser você mesmo. “Quem sou eu? Sou luz do mundo, capaz de imaginar, criar, dar e receber”. Já João Pedro Dias, lembra que desde pequeno sempre foi assistir às peças da escola, mas, agora quem está no palco é ele! “Sempre tentei buscar meu personagem… e mal sabia que ele estava dentro de mim: o meu Eu! Eu não estou fazendo o teatro. Eu sou o teatro”.
O diretor e coreógrafo da peça, Luciano Oliveira, que tem formação em balé clássico e dança, explica que participar do espetáculo proporciona aos estudantes trabalhar sentimentos que ajudarão na hora de enfrentar a vida, especialmente nesse momento em que a turma do 8º ano entra oficialmente na adolescência. Entre essas emoções estão: ansiedade, medo de se expor, trabalho em equipe, proatividade, respeito pelo outro, disciplina no estudo (dos personagens), criatividade, flexibilidade, pensamento crítico. A preparação reuniu esforços de alunos, pais e professores, que estão trabalhando para que o momento seja perfeito há pelo menos 40 dias, entre as atividades desenvolvidas estão leitura, adaptação do texto, escolha de personagens, decorar falas, ajudar na divulgação, composição de figurino, busca de patrocínio, cenário e também venda de ingressos. Realizado desde 1995, o teatro é incluso no currículo escolar no 8º e no 12º ano, trazendo obras importantes da literatura universal e nacional.
Por se tratar de um período em que o jovem está no terceiro setênio (fase dos 14 aos 21 anos), inúmeras mudanças físicas e psicológicas abruptas acontecem. Uma delas é a busca por um ideal, a partir do teatro é possível o jovem se lapidar, buscando fontes, exemplos e conceitos sobre justiça, verdade, honra, sonhos e liberdade que se consolidam ao longo do tempo. Oliveira acrescenta que os adolescentes e jovens são como um pássaro, que diante de tão grande céu, busca alçar voo, descobrindo o seu verdadeiro Eu. Nessa época já surgem todas aquelas perguntas típicas da época: ‘Quem sou? Onde estou? O que quero da vida?’ e que são respondidas ao longo do processo de preparação para a peça, o que torna a experiência individual e coletiva muito rica. “Eles percebem que podem fazer, que são capazes, importantes, criativos, podem se expressar, mas que é claro precisam se esforçar, ter responsabilidade, espírito de equipe, valores que nem sempre estão muito claros ou às vezes nem sempre são valorizados na sociedade”.
Sobre o autor
O autor, Edmond Rostand (1868-1918), membro da Academia Francesa, nasceu em Marselha, em uma rica e culta família provençal. Criança solitária, era apaixonado por literatura, em particular pelo teatro. Aos 12 anos dirigiu-se a Paris, a fim de complementar os estudos, escrevendo nessa época, seus primeiros poemas. Ele também escreveu: A Luva Vermelha, Divagações, Os Dois Pierrôs, Os Românticos, A Última Noite de Don Juan, dentre tantas obras.
Serviço
O ingresso está com preço promocional de R$ 10, você pode comprar diretamente na Escola Livre Porto Cuiabá, na Rua Tenente Lira, 320, bairro Dom Aquino, contato (65) 3028-6625/3623-6667.
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