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Estamos criando um jeito de jogar na seleção, diz meia Oscar

 
Folha – Jogar com a seleção em Stamford Bridge, estádio do Chelsea, tem mais graça?
Oscar – É especial. É onde costumo jogar, minha casa, casa do Chelsea. Jogar lá com a seleção é especial para mim e para o David [Luiz]. Estou muito feliz de o jogo ser lá.
 
Já esta acostumado à Europa?
A coisa mais chata é ficar longe da família, que mora em São Paulo. Quando estava no Inter, em Porto Alegre, era uma hora de avião. Agora é um pouco chato, mas a gente vai se acostumando, releva.
 
O que mudou no seu jogo?
Estou me acostumando ao futebol europeu. Taticamente, aqui, na Inglaterra, o futebol não para, o jogo é muito intenso durante os 90 minutos, e isso me ajuda bastante. Quando chego à seleção estou bem, cada vez crescendo mais. Tenho poucos meses lá [na Europa]. Ainda tenho muito a evoluir.
 
Tem apanhado na Inglaterra?
Por eu ser mais magro e jogar na frente, às vezes apanho um pouco. Mas meu estilo é de tocar rápido, e aí fica difícil eu segurar a bola e apanhar. No futebol inglês tem muito contato. Tem que ser rápido.
 
O calendário é muito puxado?
Impressionante. Fiz quase 70 jogos da Olimpíada até agora. Isso eu não jogava em uma temporada no Brasil. E não vou parar, porque tem a Copa das Confederações.
 
Pela sua experiência, Neymar tem de ir para a Europa?
Para mim foi ótimo. Fui para um grande clube europeu e está sendo excelente. Ele tem de ir para o time que vai recebê-lo melhor. Porque ele vai chegar como uma estrela. Na Europa, há essas coisas de ciúme, de grupos. Tem de ir para um time que o receba bem, e aí vai evoluir muito.
 
No Chelsea você divide a armação com Hazard e Mata. Na seleção você se sente sobrecarregado?
É diferente. Eu me dou muito bem com o Neymar em campo. A gente se entende. O Hulk tem um estilo um pouco diferente. O Fred é o centroavante. Na seleção tem dois volantes, é diferente. A gente está criando uma forma de jogar. Se for como no primeiro tempo contra a Itália, vai ser uma grande equipe. Precisa de um pouco mais de entrosamento, de concentração.
 
Já se sente o dono da camisa 10 da seleção?
Não. No último jogo joguei com a 7. Estou buscando isso, mas ninguém é titular absoluto, tem de provar a cada jogo, procuro fazer isso.
 
Como você prefere jogar?
No Chelsea eu jogo aberto, jogo no meio, pode ser em qualquer função. Sei até jogar de volante, algo que no Chelsea já aconteceu.
 
Você foi tratado como "novo Kaká" quando surgiu no São Paulo. Como é conviver com ele na seleção?
Jogamos contra o Japão e o Iraque. Ele é ídolo para mim desde que eu era pequeno. Assim como o Ronaldinho, que veio da outra vez. Eles representam muito para a minha geração. E a gente quer que eles estejam bem. Sabemos o que podem fazer.
 
Mas como é ser titular e seu ídolo reserva?
Eu não vejo as coisas assim. Estou aqui para ajudar a seleção. Ele também.
 
Está ansioso para a Copa das Confederações?
Estou ansioso para disputar uma competição. Acho que vai ser legal. Amistoso é diferente. A gente sempre entra com tudo, como se fosse valendo, mas não é uma competição. A Copa das Confederações é antes da Copa do Mundo, um campeonato importante, com Espanha, Uruguai, Itália. Tomara que a gente possa chegar bem.
 
Vai ser decisivo para 2014?
Não o resultado, mas, sim, o jeito de jogar. Lógico que a gente vai tentar ser campeão de tudo. Se não conseguir, vai ser importante mostrar um bom futebol. Felipão diz isso, que é mais importante jogar bem do que ganhar.
 
Como gostaria de ser lembrado quando parar?
Como campeão do mundo pela seleção. E pelos títulos que conquistei no Chelsea.
 
Você esperava que fosse tão difícil jogar contra o Corinthians no Mundial?
Eu sabia que seria difícil, joguei pelo Inter contra o Corinthians. Quando a gente joga na Europa e vai pegar uma equipe que conta com cinco jogadores brasileiros, sabe que vai ser difícil.
 
Fonte: Folha On Line
 
Foto: Reprodução

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