Mato Grosso registrou o primeiro caso confirmado de febre chikungunya autóctone, ou seja, proveniente do próprio estado. O caso é do município de Mirassol D’Oeste. Outros três casos também já foram confirmados, mas são importados, sendo um da Guiana Inglesa, um da Bolívia e um de Mato Grosso do Sul. Outros 188 estão em investigação e seis aguardando triagem. A febre chikungunya, assim como a dengue e a zika, também é transmitida pelo mosquito aedes aegypti.
A informação do registro do caso de chikungunya dentro de Mato Grosso foi divulgada na tarde desta sexta-feira (27) durante entrevista coletiva com o secretário de Estado de Saúde, Eduardo Bermudez, a superintendente de Vigilância em Saúde, Maria de Lourdes Girardi, a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Flávia Guimarães e a médica pediátrica da Vigilância em Saúde, Silbene Lotufo, sobre o quadro epidemiológico em Mato Grosso envolvendo as doenças: dengue, zika, chikungunya e microcefalia.
Microcefalia
A Secretaria de Estado de Saúde, também divulgou, o aumento significativo no número de casos de microcefalia em Mato Grosso. 58 casos já foram confirmados este ano, em recém-nascidos. Deste total, 54 casos foram registrados a partir do mês de agosto e apenas na região sul mato-grossense, que abrange 19 municípios. Os outros quatro ocorreram nos meses anteriores.
No ano passado o número de microcefalia no estado foi de seis casos, nove vezes menor que o registrado até o momento. Em Mato Grosso, o aumento foi observado nos últimos quatro meses. Os casos foram notificados nas cidades de Rondonópolis (46 casos), Pedra Preta (04 casos), Cuiabá (01), Alto Araguaia (01), Alto Garças (01), Jaciara (01), São José do Povo (01), Nova Mutum (01), Santo Afonso (01) e Barra do Bugres (01). Também foi informada a existência de alteração no perímetro cefálico em cinco fetos, por meio de ultrassonografia obstétrica realizadas nas gestantes durante o pré-natal. Três desses casos foram registrados em Rondonópolis e dois em Cuiabá.
Febre chikungunya
É uma arbovirose causada pelo vírus chikungunya (CHIKV) e a transmissão ocorre pela picada de fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus infectadas pelo vírus. Gestantes infectadas podem transmitir a doença aos fetos, principalmente, durante o período de intraparto, o que muitas vezes provoca infecção neonatal grave. Os sinais e os sintomas são clinicamente parecidos com os da dengue – febre de início agudo, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema. A principal manifestação clínica que as difere são as fortes dores nas articulações.
Dengue
Mato Grosso registrou, entre 1º de janeiro e 14 de novembro, 25.062 casos prováveis de dengue. O aumento é de 133,46%, comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 10.735 casos. Seis mortes por dengue foram confirmadas nos municípios de Cuiabá, Matupá, Sapezal, Sorriso, Juína e Rondonópolis. Cinco mortes ainda seguem em processo de investigação, aguardando o resultado do laboratório.
Maria de Lourdes pontuou que os principais criadouros de mosquito Aedes aegypti são os depósitos passíveis de remoção (40%), como pneus, lixos, recipientes plásticos e sucatas), seguidos dos depósitos de armazenamento de água (38%) como caixa dágua, poço, cisterna, filtros e potes; dos pequenos depósitos (19%), como vasos, frascos, pratos e bebedouros; e dos depósitos fixos (3%) – calhas, ralos, tanques e piscinas. "É preciso que tanto o poder público quanto a população façam sua parte para combater o mosquito. Cada um deve fazer a sua parte", ressaltou.
De acordo com o Boletim Epidemiológico, 77 cidades apresentaram alta incidência de dengue, com números superiores a 300 casos por 100 mil habitantes, com destaque para Santa Carmem, Santa Rita do Trivelato, Cocalinho, Ribeirãozinho, Campo Novo do Parecis, Paranaíta, Matupá, Torixoréu, Sinop, Serra Nova Dourada, Alto Taquari, Gaúcha do Norte e Novo Horizonte do Norte. No estado, a incidência registrada é de 760 casos por 100 mil habitantes.
Entre os municípios que apresentam maior número de notificações da doença em 2015, Sinop aparece em primeiro lugar no estado com 3.477 casos, apresentando um aumento em relação ao ano passo de 22,34%. Em seguida, o município de Cuiabá com 2.795 casos notificados e uma variação a maior em relação ao ano anterior de 101,58%.
Zika
Em relação ao zika vírus, foram notificados 678 casos, sendo confirmados 39, tanto da forma clínico-epidemiológico (31) quanto confirmação laboratorial do vírus (8). Destes, dois foram registrados em Rondonópolis, um em Tesouro, quatro de Cuiabá e um de Várzea Grande.
O zika vírus (ZIKAV) é um arbovírus do gênero flavivírus, que apresenta sintomas parecidos com os da dengue e da febre chikungunya, como: dores nas articulações, dor de cabeça, febre, náuseas, diarreia e mal-estar. A fotofobia é uma das características diferenciais da doença, assim como manchas no corpo, principalmente nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, conjuntivite sem secreção e coceira.
Da Assessoria