Economia

Entrar em regime de quebra de contratos pode ser danoso para o país

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesse sábado (4) que um eventual regime de quebra de contratos desencadeado pela crise do coronavírus seria danoso para a economia brasileira no médio e longo prazo. 

Na avaliação de Campos Neto, é preferível que o país tenha uma política fiscal mais frouxa "para colocar dinheiro na mão das pessoas" e, assim, tentar evitar uma interrupção no pagamento de contratos. 

Com a crise do coronavírus e a paralisação de boa parte da atividade econômica do país, muitas empresas deixaram de ter geração de caixa e já sinalizam dificuldade para quitas os seus compromissos. 

"Nós preferimos ter um (regime) fiscal um pouco pior para colocar dinheiro na mão das pessoas para que elas possam honrar os contratos. Se nós entrarmos em regime de quebra de contrato, vai ser muito danoso para a economia no médio e longo prazo", afirmou Campos Neto durante uma live promovida pela XP Investimentos. 

"A gente vê que algumas empresas estão dizendo: 'olha, com essa dificuldade, eu não posso pagar o meu contrato, não posso pagar o aluguel, não posso pagar a energia'", ressaltou. 

Na tentativa de mitigar os efeitos da crise, o governo tem anunciado uma série de medidas com o objetivo de dar algum respiro para as empresas. Na semana passada, o BC lançou uma linha de crédito emergencial para pequenas e médias companhias destinada a pagar os salários dos funcionários pelo período de dois meses. Ao todo, serão disponibilizados R$ 40 bilhões. 

"Entendo que a situação é difícil e que cada dia é muito importante na vida de uma empresa porque, como não tem caixa entrando, fica limitado o que ela consegue fazer", disse Campos Neto. 

O presidente do BC também afirmou que a autoridade monetária agiu com rapidez para adotar ações de enfrentamento ao avanço da crise do coronavírus. 

Câmbio flutuante 

Campos Neto voltou a afirmar que o câmbio é "flutuante" no Brasil, mas disse que o BC pode aumentar a intervenção se observar algum movimento especulativo, por exemplo. 

Na sexta-feira, o dólar subiu 1,18%, a R$ 5,3274, e marcou novo recorde nominal de cotação (sem considerar a inflação). Em 2020, a alta já é de 32,86%. 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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