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Endividamento cresce em Cuiabá, mas número de famílias inadimplentes registra queda em agosto

O número de famílias endividadas em Cuiabá voltou a crescer em agosto e alcançou 86,8%, frente aos 86,5% registrados em julho, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). O levantamento, realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e analisado pelo Instituto de Pesquisa da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT), aponta que este é o quinto mês consecutivo de alta no índice.

Apesar da elevação no endividamento, a pesquisa mostrou um dado positivo: a queda na inadimplência. O percentual de famílias que declararam não conseguir pagar suas contas diminuiu de 16,4% em julho para 15,6% em agosto, o que representa uma redução de 34 mil para 32 mil famílias em atraso. Na comparação anual, a retração é ainda mais significativa, de 20,8%, já que em agosto de 2024 eram 41 mil famílias inadimplentes.

O presidente da Fecomércio-MT, Wenceslau Júnior, avaliou que os consumidores têm mantido o nível de consumo, mas ainda demonstram capacidade de organização financeira. “Agosto registrou redução no número de famílias inadimplentes em Cuiabá, ao mesmo tempo em que o endividamento continua elevado e segue a tendência nacional de crescimento, evidenciando que o crédito tem sido utilizado como estratégia de consumo”, destacou.

O cartão de crédito segue como a principal modalidade de endividamento das famílias cuiabanas, citado por 80,5% dos entrevistados, seguido pelos carnês (24,6%). Financiamentos de veículos (4,4%) e de imóveis (3,7%) também aparecem entre os principais compromissos financeiros. Para Wenceslau Júnior, a predominância dessas modalidades de curto prazo aumenta o risco e reforça a necessidade de planejamento.

De acordo com a análise do IPF-MT, a queda na inadimplência pode indicar maior esforço das famílias em renegociar dívidas e ajustar o orçamento. A taxa registrada em agosto é a menor desde 2022. Entre os entrevistados, 46,8% acreditam que conseguirão pagar parte do valor devido, enquanto 27,6% avaliam que não terão condições de quitar e 25,1% afirmam que vão zerar os atrasos já no próximo mês.

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