Ainda refletindo o fraco desempenho da economia, os desembolsos de empréstimos pelo BNDES somaram R$ 50 bilhões entre janeiro e setembro de 2017, queda de 20% com relação ao mesmo período do ano anterior.
Em valores atualizados, é o pior resultado para o período desde 2003, quando o banco desembolsou R$ 42,6 bilhões até setembro.
Em 2010, o banco teve o melhor desempenho para o período, com desembolsos de R$ 200,4 bilhões, também em valores corrigidos pela inflação.
O desempenho enfraquece os argumentos da diretoria do banco contra a devolução de R$ 130 bilhões para salvar as contas do Tesouro em 2018 -eles têm defendido que o BNDES precisa segurar recursos para uma retomada dos empréstimos.
Em nota distribuída nesta terça (17), o banco diz que, apesar da queda nos desembolsos, já vê sinais de retomada na demanda por crédito no país, alegando que as taxas de retração nas consultas vêm se reduzindo.
Até setembro, as consultas somaram R$ 75 bilhões, queda de 12% ante o mesmo período de 2016. A consulta é o momento em que o empresário inicia o processo de pedido de financiamento.
Os enquadramentos, fase seguinte na análise dos pedidos, chegaram a R$ 92 bilhões, 18% menos que no ano anterior. Já as aprovações, penúltima fase, caíram 12%, para R$ 50 bilhões.
Entre os setores, aqueles que mostram algum sinal de recuperação são agropecuária, com alta de 9% nos desembolsos, e infraestrutura, com desempenho estável.
Já a indústria, mais afetada pela crise econômica, registra queda de 49%.
Em nota, o BNDES destacou que 41,5% dos desembolsos foram destinados a micro, pequenas e médias empresas. A linha de financiamento de capital de giro alcançou desembolsos de R$ 5 bilhões, 289% a mais do que no ano passado.