Os temores de desaceleração econômica global têm feito investidores do mundo todo procurar ativos considerados mais seguros. É o que acontece com o ouro, que já se valorizou em 18% neste ano no mercado internacional. No Brasil, com as turbulências nos cenários macroeconômico e político, a busca pelo metal também cresce.
No ano passado, o investimento em ouro à vista no país acumulou valorização de 33,6% e ficou em segundo lugar no ranking de investimentos da Folha em 2015, atrás apenas de fundos cambiais.
Como acompanha o dólar, o metal apresentou forte valorização no mercado doméstico também no primeiro bimestre deste ano, quando subiu 17% em relação ao final de dezembro, ante uma inflação de 2,2% até fevereiro. Entretanto, neste mês, com a desvalorização da moeda americana, o metal tinha perda de 9,3% até sexta (18). Ainda assim, em 2016, o ouro acumula alta de 5,9%.
PEQUENO INVESTIDOR
O Banco do Brasil registrou aumento de 66% no volume de negócios com o metal em 2015. Foram R$ 93 milhões, ante R$ 56 milhões em 2014. Sandro Marcondes, diretor de Mercado de Capitais e Infraestrutura do Banco do Brasil, afirma que 74% das operações correspondem à modalidade denominada ouro escritural, de múltiplos de 25 gramas.
O banco vai lançar um serviço de compra e venda de ouro escritural pela internet ainda no primeiro semestre. Na BM&FBovespa, o volume negociado de ouro à vista cresceu nos últimos meses. Em fevereiro, o giro referente ao lote-padrão de 250 gramas foi de R$ 30,154 milhões, ante R$ 18,420 milhões em janeiro e R$ 15,051 milhões em dezembro de 2015.
OURO EM MATO GROSSO
O metal precioso movimentou o estado nos último meses, por conta da descoberta de jazidas no município de Pontes e Lacerda, região da Serra da Borba e do Caldeirão. Contudo os milhares de garimpeiros, que vieram de praticamente todo o Brasil, em busca de riquezas, tiveram seus sonhos frustrados pela Polícia Federa e pelas forças de segurança do estado.
Por ordem do juiz federal Mauro César Garcia Patini, da 1ª Vara de Cáceres, comarca que reponde pela área da Serra do Caldeirão, determinou a interdição, acatando o pedido do Ministério Público Federal (MPF). O magistrado solicitou também as forças da segurança nacional tomem de volta todo ouro extraído sem autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
O subsolo do país é patrimônio de todos os brasileiros e o controle da exploração e pesquisa uma responsabilidade do Governo Federal, através do DNPM. Na área em questão, o DNPM informa que existe apenas um pedido formal de pesquisa, feito pela multinacional Santa Helena Mineração, que já explora minas na região.
Com Folha Uol