Estudantes protestam em frente a Uerj (Foto: Marcelo Elizardo/G1)
Estudantes ocuparam o campus da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), no Maracanã, Zona Norte do Rio, na noite desta segunda-feira (30).
Os alunos colocaram faixas, onde estava escrito que se não houver o pagamento das bolsas – que está atrasado porque a universidade atravessa uma crise financeira – não haverá aula. Depois de uma semana de paralisação, a volta às aulas está marcada para esta terça-feira (1º). Às 8h50, estudantes faziam uma manifestação no local.
Por volta de 9h, manifestantes formavam um cordão de isolamento e explicavam a outros estudantes e professores que chegavam à universidade as reivindicações do movimento. Quem tentava entrar era impedido, como aconteceu com uma professora, por volta das 9h50.
Segundo eles, a bolsa para estudantes está com um mês de atraso. O valor de R$ 400 para cotistas não tem reajuste há seis anos. O dinheiro tem a finalidade de cobrir custos de passagem, alimentação e xérox. Funcionários da universidade e da empresa de limpeza, que presta serviço à Uerj, também estão sem receber.
"Crítico mesmo é a falta de pagamento de funcionários, que têm família. São forçados pela empresa a vir trabalhar, gastando dinheiro de passagem, mesmo sem receber. As condições de insalubridade são conseqüência. O mais importante mesmo é que essas famílias estão sem receber", disse Álvaro Fernandes, membro do DCE da Uerj.
O movimento, no entanto, não agradou a todos. Alguns alunos e professores que pretendiam dar aula discutiram com os ocupantes, que os impediram de entrar no prédio. A professora Ana Bastos, da rede estadual, saiu de Rio das Ostras, na Região dos Lagos, para começar uma especialização em orientação vocacional na UERJ, e foi impedida de entrar pelos estudantes.
"Me desloquei ontem até aqui, movi mundos e fundos para estar aqui, deixei criança com avó e não tenho direito de entrar na universidade que é estadual, pública, que é minha e que é meu direito entrar na hora que eu quiser. Argumentei que sou cidadã, que é meu direito pegar informações no meu instituto e não consegui", disse ela, que lembrou estar com o salário parcelado, por também ser funcionária do estado. "Vou voltar pra Rio das Ostras, ninguém vai pagar meu prejuízo, já estou com o salário parcelado e ainda vou precisa gastar mais dinheiro de passagem", completou.
Fonte: G1