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“Ele não é assassino”, diz viúva do piloto do voo da Chapecoense

Muito emocionada, a viúva do piloto do voo da Chapecoense, Miguel Quiroga, falou com exclusividade para a Rede Amazônica Acre. Apesar de ser boliviano, ele estava no Acre desde 2013, na pequena cidade de Epitaciolândia, no interior do Acre, onde morava com a mulher e os três filhos.

Ele deixou a Bolívia para acompanhar o sogro, um ex-senador que fazia oposição ao governo Evo Morales e se refugiu no Brasil. Daniela Pinto defendeu o marido das acusações de assassino e disse que ele fazia constantes capacitações.

O avião que levava a delegação da Chapecoense para Medellín, na Colômbia, caiu na madrugada do dia 29 a poucos quilômetros da cidade colombiana, matando 71 pessoas.

Segundo especialista, o piloto deveria ter parado em Cobija, na Bolívia, para abastecer. A viúva, Daniela Pinto, defendeu o marido e disse que a cada seis meses ele fazia cursos de capacitação. Além disso, ela destaca que Quiroga era um pai e um marido muito amoroso.

"A única coisa que quero que entendam é que meu marido não era um assassino. Não era um homem que queria matar essas pessoas", lamenta.
Ela diz ainda que vai sempre recordar do marido como uma pessoa amável, humilde e amorosa.

"Ele tinha um coração tão nobre. Tinha uma cara de mal, mas tinha um coração bom. Não é um assassino como estão dizendo. Isso me faz sofrer tanto. É doloroso. Ele nunca, nunca ia querer fazer as pessoas sofrerem assim", alega.

Nos últimos dias, a cidade de Cobija, na Bolívia, entrou na rota das discussões da tragédia com o voo da Chapecoense. Com 60 mil habitantes, fica no Norte da Bolívia e, segundo os especialistas em aviação, o aeroporto poderia ter sido usado para reabastecer o avião que caiu na Colômbia.

O aeroporto passa por reformas, mas, segundo Ademir Cruz, chefe da administração, é possível operar até mesmo à noite, desde que exista uma requisição para isso. Cobija também era a cidade natal do comandante do avião da LaMia, o piloto Miguel Quiroga, que era um dos donos da empresa. Na sexta-feira (2), o aeroporto ficou cheio. Amigos e parentes vestiam camisas com a foto do piloto.

Família diz sofrer ameaças
A família do piloto disse ainda que, desde o acidente, tem sofrido ameaças pelas redes sociais.

"O mundo é assim. Tem coisa boa, tem coisa ruim e eu deixo tudo nas mãos de Deus. Todo mundo agora pensa que é Deus para julgar. Só Deus pode julgar, só ele tem a resposta e só ele sabe o porquê", disse a irmão do pito, Carola Pinto.

O corpo de Quiroga foi recebido com honras militares e com bastante comoção na cidade de Cobija, onde aconteceu o velório e o enterro do piloto.

Fonte: G1

Redação

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