O homem é vizinho da família e tinha bebido três vezes acima do permitido por lei. Ele foi preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia de Rio Branco do Sul. "Ele é um assassino e um covarde. Matou uma criança e não deu a mínima chance de defesa. Tem que ficar preso pra sempre", desabafa Kelly.
A mãe disse ainda que antes de sofrer o acidente o bebê tinha sido levado para a casa da avó, que mora em frente à casa dela, por um sobrinho. "Eu estava lavando a louça e meu sobrinho pediu pra levar ele pra passear na casa da avó. Eu deixei, mas não imaginava que poderia acontecer uma tragédia dessa", explicou a mãe. O menino foi atingido enquanto brincava com outras crianças no terreno da avó, na beira da rua. Conforme a mãe, não havia nenhum adulto junto.
"Eu pedia pelo amor de Deus para o meu filho voltar e perguntei onde estava doendo. Ele apontou para a cabecinha e para a barriguinha e reagiu em seguida. Ele foi consciente para o hospital. Não entendo porque ele se foi", acrescenta, emocionada, a mãe. O transporte até o hospital foi feito pela irmã do motorista bêbado. "Como ele só dava risada e tirava sarro da situação, a irmã resolveu me ajudar. Ela pede desculpas direto e tenta me consolar, mas não tem como", conta Kelly.
A jovem também disse não ter dúvidas que se estivesse no local do acidente, teria se jogado no lugar do filho. "Teve gente que me culpou, mas não foi minha culpa. Eu não estava ali na hora. Se estivesse, teria me jogado pra salvar a vida dele". Este era o segundo filho de Kelly. O primeiro ela perdeu no parto quando tinha 15 anos. "Meu Deus, eu estou sem chão. Perdi duas vidas que não tiveram nem chance de defesa", desabafa.
Excesso de multas
O motorista preso tinha excesso de multas, segundo o delegado Voltaire Garcia, que investiga o caso. Conforme o teste de bafômetro, o motorista tinha bebido 1,03 miligramas de álcool por litro de ar expelido, sendo que o permitido por lei é de 0,33 miligramas. O veículo também foi apreendido pela polícia.
Conforme o delegado, o homem não deveria dirigindo, já que estava com a carteira de habilitação vencida. "Não poderia estar dirigindo de jeito nenhum, muito menos, embriagado", afirma o delegado.
G1