Internado em São Paulo e tossindo muito e com dificuldade para respirar, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM) ,reconheceu que subestimou o poder letal da covid-19. Ele participou nesta segunda-feira (14) da sessão vespertina da Assembleia Legislativa e expôs seu quadro aos deputados. Botelho é o sétimo parlamentar a ter recaída da covid-19 e o segundo a precisar de internação. O primeiro foi o deputado Faissal Calil (PV).
"Eu cometi alguns erros, subestimei a doença. Eu fiz um exame de covid no dia 26 de junho, e quando foi na terça-feira seguinte comecei a ter sintoma de sinusite. Entendi que era um sintoma normal para esse período seco, eu todos os anos tenho problema de sinusite, então achei que fosse. Tomei um remédio, passou. Na quarta-feira eu tive de novo, tomei de novo, passou. Na quinta-feira chegou o resultado, deu negativo, e e entendi que eu estava correto", relata.
Entretanto, na semana passada o quadro se agravou e ele se preocupou novamente. "Na sexta-feira foi a mesma coisa, tomei novamente o Tylenol, e continuei tomando na sexta e no sábado de manhã. Quando foi no sábado, na hora do almoço, senti uma coisa diferente. Como se fosse uma corrente elétrica do pé até a cabeça, um negócio realmente diferente, então percebi que tinha algo errado. Liguei para o doutor Carlos Carretoni (médico da Assembleia Legislativa), falei que ou era o espírito de uma mulher que estava vindo me visitar ou eu tava doente. Ele falou pra eu descer, eu estava em Chapada, falou que era sintoma de covid, me deu remédio. Eu não sentia nada, apenas esse peso na cabeça, que seria sintoma de sinusite", relatou.
O deputado conta que chegou a fazer uso do kit-covid, mas sem o resultado esperado, mas teve intercorrência no fim de semana. "Até quinta-feira fiquei todos os dias tomando o kit de covid. Na sexta-feira fui fazer tomografia e ele disse que eu tava como 10% de comprometimento, e queria dar mais remédio, porque a azitromicina não estava fazendo efeito. Então eu tomei. Ele falou que na segunda-feira fariamos um novo exame. Ocorre que nesse fim de semana apareceram muitas intercorrências. Tive febre, calafrios. De domingo para segunda senti muita febre, passava de 40º e não passava. Fomos fazer a tomografia e detectou que já tinha mais de 50% de comprometimento.
Diante do quadro grave, com 50% do pulmão comprometido e do colapso na saúde pública e particular de Mato Grosso a saída foi ir se tratar em São Paulo, relata o deputado. "Então ficamos na opção de que poderia precisar, a qualquer momento, de um sistema de UTI. E como Cuiabá está totalmente colapsado, nós, naquela análise de que pode ser que não precisa ou que precisa a qualquer momento, tomamos a decisão de eu ter vindo para São Paulo. Estou numa unidade semi intensiva, acompanhando com monitores, não precisei ser intubado e creio que não vou precisar, apenas da respiração, oxigênio. E está tudo bem, faz parte desse processo. Tenho certeza que logo mais, daqui uns dias vou sair daqui e voltar pra casa", contou.