Economia

Economista diz que solução para sanar dividas é enfrentá-las

Nesta semana, a Radiografia do Crédito e do Endividamento das Famílias Brasileiras apontou que pelo menos 35% das famílias que residem em Cuiabá, não estão conseguindo pagar as contas em dia. Isso significa que duas em cada três famílias cuiabanas estão endividadas na Capital.

O economista aposentado, José Manuel Marta, disse ao Circuito Mato Grosso que antes de afirmar os números é preciso saber com o que as pessoas estão endividas. “Estão endividadas com prestação de carro? Com o banco? Com prestação de lojas?”, questionou.

Segundo ele a economia ainda está em recessão e as pessoas ainda estão procurando emprego. Crítico o economista disse que essa não é uma característica de Cuiabá. “Aqui muitas vezes as pessoas estão se aproveitando da crise para não pagar a conta. Isso é um discurso”.  A dica dele é enfrentar as dívidas.

“Se a dívida é, por exemplo, com o banco é mais fácil de negociar, porque normalmente os bancos não vão alongar e vão perdoar uma parte dos juros. Têm que dizer: Olha eu quero pagar, o que você propõe? Tem que tentar negociar e se tiver problema deve procurar um advogado”, aconselhou.

Mariele Martins está desempregada há dois anos. Antes de perder o emprego ela trabalhava como auxiliar administrativo, mas hoje fica em casa cuidando dos dois filhos. Uma menina de um ano e um menino de cinco. Quem trabalha e sustenta a família é o marido, mas Mariele conta que o que ele ganha dá apenas para a alimentação. “A prioridade nossa é com as crianças. Eu precisaria de mais de R$3 mil para por as contas em dia”, revelou. 

O estudante Suelber da Silva, 24, contou que a família precisou pegar dinheiro emprestado com um conhecido e com o banco para poder pôr as contas em dia. “A empresa onde meus pais trabalham corre o risco de ser fechada, então estamos todos apreensivos”, contou. 

“Agora arrumei um trabalho e as coisas estão começando a melhorar, mas ainda temos muitas contas para pagar e ainda o dinheiro para devolver. Minha irmã também trabalha e ajudamos como podemos. Logo vamos começar a fazer bicos”, explicou Suelber. Quando consegue, ele acaba dirigindo o táxi do tio e com o dinheiro das corridas ajuda em casa também. 

De acordo com dados do Banco Central, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Confederação Nacional do Comércio, referentes ao primeiro semestre deste ano, as famílias cuiabanas comprometem cerca de 1/3 da renda com dívidas, que tem um valor médio de R$ 1.528.

Catia Alves

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