As melhores publicações econômicas brasileiras dão conta que, com as melhores doses de otimismo, 2015 desenvolverá um quadro de estagnação por causa do resultado negativo do Produto Interno Bruto – PIB nacional (-0,1%). O PIB é o somatório de todas as riquezas produzidas no País. Veja a tabela.
O ‘Jornal do Brasil’, por exemplo, divulgou uma interessante tabela que revela o resultado negativo da indústria, puxando o PIB para baixo, sendo que a inflação do IPCA a partir do índice de 1,24% em janeiro – com o agravamento do desequilíbrio fiscal e da crise da seca e aos escândalos da Petrobras – prenuncia que este será um ano muito difícil para o ministro da Fazenda reverter o déficit das contas públicas e conseguir um “superávit primário” de 1,2%. Mesmo que tudo indique que o pior da crise hídrica já tenha passado, é o PIB que preocupa. O índice encerrou 2014 com expansão de apenas 0,2%. Os analistas financeiros da pesquisa Focus preveem expansão zero neste ano.
MATO GROSSO – Para nosso estado, contudo, a situação é conjunturalmente diferente. Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) sobre o Valor Bruto da Produção (VBP) de Mato Grosso e a participação do agronegócio no PIB do Estado demonstram que, quando o agronegócio atua de forma impactante, a economia reage de forma diferente.
Em recente evento ocorrido em Cuiabá, promovido pelo Senar Mato Grosso, o economista Ricardo Amorim afirmou que muito provavelmente nosso estado seja o único que apresente crescimento econômico real em 2015. “Seus celulares são pagos pelo agronegócio”, afirmou ele em tom de brincadeira.
Mas é preciso compreender esta lógica: ocorre que a economia do agronegócio requer outra modalidade de cálculo econômico. É preciso utilizar o VBP para se encontrar o valor adicionado, que leva em conta os setores que fornecem insumos para a produção.
Desta forma, o PIB do agronegócio, quando calculado de forma correta, é de 20.987,07 para um PIB de Mato Grosso da ordem de 41.589,22. Ou seja, a participação do PIB do agronegócio no PIB estadual é de 50,46%. Trata-se de uma taxa muito alta, o que é bom.
A mesma participação em Santa Catarina é de 46%, no Rio Grande do Sul, de 40,58% e no Paraná, de 40%. Se observarmos a situação de estados com menor tradição no setor, perceberemos que em Minas Gerais o mesmo percentual cai para 29,76 e na Bahia para 25,40%.
Enquanto os números do agronegócio empurrarem a economia de Mato Grosso para frente, nós poderemos continuar crendo em um futuro regional com melhores perspectivas. E isso é muito importante, pois a economia nacional, além de fatores políticos, também depende de fatores internacionais.