Foto Ahmad Jarrah
A juíza Selma Arruda, que expediu o terceiro pedido de prisão preventiva (este ano) do ex-deputado José Geraldo Riva, afirmou em sua decisão que ‘peixes grandes’ devem ser punidos pela justiça, para que o cinismo não se instale na sociedade. A citação da magistrada se refere a segunda fase da Operação Metástase do Grupo Especializado em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que foi deflagrada na tarde desta terça-feira (13).
Para a Magistrada “é sempre fundamental não poupar os peixes grandes. Porque um efeito da corrupção é que ela torna as pessoas cínicas. (…) Quando o cinismo se instala, é preciso quebrar o equilíbrio, e uma forma de fazer isso é punindo quem parece intocável”.
Contudo Selma Arruda também alertou que sua decisão não é uma antecipação de pena, ou um desrespeito a presunção de inocência. “Mas um reforço para o fato de que a manutenção da ordem pública, em casos como o presente, precisa ganhar uma dimensão diferenciada, sob pena de se tratar crimes de corrupção como se fossem meros delitos de massa”, reiterou.
A decisão da magistrada ligou os vários ‘tentáculos’ do esquema (descoberto pela segunda fase da operação Metástase) e, que supostamente teria desviado cerca de R$ 1,8 milhão, com outras operações deflagradas em Mato Grosso. Uma delas a operação Imperador (desvio de R$ 40 milhões com produtos gráficos, marmitas e licitações fraudulentas) e com a mega-operação operação da Polícia Federal denominada ‘Arca de Nóe’.
“Tudo indica que, mediante falsificações de documentos e simulações de contratos com a Assembléia Legislativa, José Geraldo desviou centenas de milhões de reais durante sua vida pública. Assim é o modus operandi apontado pelo Ministério Público nas ações relativas a fatos ocorridos no final dos anos 90 e início dos anos 2000, descortinados na escandalosa Operação Arca de Nóe: as denúncias narram que, a mando de Riva, seus servidores/seguidores/comparsas praticavam falsificações de toda ordem, no intuito de dar ares de licitude à saída de dinheiro público para empresas de fachada e pessoas físicas ‘fantasmas’”, menciona trecho da decisão que levou Riva novamente a prisão.
Além disso a juíza fala também de uma deliberado esquema de pressão e coerção contra os funcionários da Assembleia, com o objetivo de ‘blindar’ Riva e os mentores dos atos ilícitos. “Houve a realização de reuniões, combinações espúrias, traçados de ‘estratégias’ defensivas nada éticas, abordagem de testemunhas e de envolvidos, pressão psicológica e outras tramóias já ocorreram durante as investigações. E certamente, serão os expedientes mais adotados durante a instrução criminal que se aproxima, se a liderança da organização não for freada a tempo”, argumentou Selma Arruda.
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