Economia

Duas em cada 3 famílias cuiabanas estão endividadas, diz pesquisa

Foto Reprodução

Um levantamento realizado em todo país revelou que duas em cada três famílias cuiabanas não estão conseguindo pagar as contas em dia. De acordo com a Radiografia do Crédito e do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo (Fecomércio-SP), a capital mato-grossense ocupa o quarto lugar no ranking nacional, com 35% de famílias com dívidas atrasadas.

Após ter sido demitida do emprego no início deste ano, Sandra Moura Lima faz crochê em casa para complementar a renda da família. Ela mora com os pais, que gastam boa parte da aposentadoria com remédios. Sem o salário dela, a renda diminuiu e a família precisou cortar gastos. O freezer da casa foi desligado. A máquina de lavar deu lugar ao tanquinho, que consome menos energia.

Mesmo com as medidas de economia, as contas continuam pesadas. Sandra conta decidiu pagar apenas as mais importantes. “No caso, a gente prioriza as que são mais essenciais, voltadas para a nossa sobrevivência, como água, luz e compras. A gente sempre precisa se preocupar com o cartão de crédito para não deixar faltar nada durante o mês”, explica.

A prestação do aparelho televisor da residência já está dois meses atrasada. “Infelizmente, né? Ninguém faz conta querendo atrasar, mas você compra parcelado e com essa crise que ocorreu, não tem outra solução, você tem que deixar ela de lado e priorizar outras coisas”, diz.

De acordo com dados do Banco Central, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Confederação Nacional do Comércio, referentes ao primeiro semestre deste ano, as famílias cuiabanas comprometem cerca de 1/3 da renda com dívidas, que tem um valor médio de R$ 1.528.

Para o consultor financeiro Marcelo Rubles, as famílias brasileiras ainda precisam se acostumar com a realidade da atual situação financeira. “Houve uma redução do crédito. Com essa redução, muitas pessoas se endividaram, muitas famílias ficaram desempregadas, o empresário deixou de contratar e muitas pessoas estão acessando o seguro desemprego, o que influenciou que houvesse esse número de endividados no estado”, explica.

Ainda de acordo com o consultor, quem está desempregado não deve pagar todas as dívidas de uma vez.

Ele avalia que o ideal era que já houvesse uma reserva no orçamento para suportar períodos de crise. "Se a pessoa não faz isso, ela precisa tomar algumas atitudes, por exemplo, não comprar parcelado e, antes de comprar, saber se realmente vai ter o dinheiro. Essas pequenas estratégias resolvem o problema, inclusive, de quem está desempregado, pois assim ela será uma pessoa muito mais consciente e vai saber se pode fazer aquilo, se ela não pode e se no final do mês o dinheiro vai ser suficiente”, disse.

Fonte: G1

Redação

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