Economia

Dólar tem terceira queda seguida, cotado abaixo de R$ 3,90

Depois de começar o dia operando em alta, o dólar mudou de direção e volta a cair, nesta terça-feira (6), pelo terceiro dia seguido, apesar do quadro de incertezas políticas e econômicas no Brasil.

Às 12h20, a moeda norte-americana era vendida a R$ 3,8737, em queda de 1,63%. 

Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h05, alta de 0,94%, a R$ 3,9374
Às 9h20, alta de 0,8%, a R$ 3,9319
Às 9h50, alta de 0,3%, a R$ 3,9126
Às 10h20, queda de 0,14%, a R$ 3,8954
Às 10h50, queda de 0,78%, a R$ 3,8705
Às 11h50, queda de 1,54%, a R$ 3,8408
 
A cotação acompanha o recuo do dólar nos mercados externos, em um dia de poucos negócios.

"Depois de uma abertura de cautela interna, o mercado se valeu do dólar mais fraco no mercado externo para vender divisas", disse à Reuters o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado. "O mercado está com pouco volume e isso ajuda no tamanho da queda".

O dólar vem recuando sobre moedas emergentes nos últimos dias diante de apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, só elevará os juros no ano que vem, provocadas por uma leva de indicadores econômicos fracos.

Nesta terça, essa perspectiva foi reforçada por dados mostrando que as exportações de agosto dos EUA foram atingidas pela economia global enfraquecida e as importações da China cresceram, alimentando a maior expansão do déficit comercial norte-americano em cinco meses. A moeda norte-americana caía em relação a moedas como os pesos chileno e mexicano.

No entanto, a cautela ainda predominava sobre os negócios locais, antes de importantes eventos políticos. Está marcada para esta manhã a votação dos vetos presidenciais no Congresso que, se derrubados, dificultariam ainda mais o ajuste das contas públicas brasileiras. A expectativa nos mercados, no entanto, é de que sejam mantidos.

Os investidores também estão de olho no Tribunal de Contas da União (TCU), que manteve o julgamento das contas do Executivo de 2014 para quarta-feira mesmo após o governo ter pedido o afastamento do relator do caso, ministro Augusto Nardes. A reprovação do balanço poderia abrir espaço para eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"Internamente, o dia inspira cautela", escreveu o operador da corretora Correparti, em nota a clientes, Jefferson Luiz Rugik.

O Banco Central dá continuidade nesta terça à rolagem (troca de títulos que vão vencer por títulos novos) dos swaps cambiais que vencem em novembro, com oferta de até 10.275 contratos, que equivalem a venda futura de dólares.

Entenda o que é swap cambial, leilão de linha e venda direta
Na segunda-feira, a moeda norte-americana caiu 1,14%, a R$ 3,9008 na venda, no menor nível em mais de duas semanas. Na mínima do dia, o dólar chegou a ser vendido a R$ 3,8893.

Em 2015, o dólar acumula alta de 46,72% sobre o real. Para as empresas, a forte disparada do dólar pegou de surpresa até quem apostou em sua valorização. Empresas como a JBS, dona da marca Friboi, investiram pesado em contratos para proteger suas dívidas em dólar (hedge cambial). Agora não só estão blindadas, como vão colher cifras bilionárias em seus balanços.

Fonte: G1

Redação

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