O dólar comercial teve a quarta alta seguida nesta segunda-feira (15), subindo 1,29% e fechando a R$ 2,685 na venda. É o maior valor de fechamento desde 29 de março de 2005, quando a moeda valia R$ 2,697 na venda.
Na semana passada, o dólar acumulou alta de 2,23%. Apenas nas últimas quatro sessões, a moeda teve valorização de 3,36%.
Investidores aguardam a decisão do Banco Central sobre o futuro do programa de intervenções diárias no mercado de câmbio
Atualmente, o BC oferta diariamente até 4.000 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) em programa marcado para durar até pelo menos o fim deste ano.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, tem dito que o atual estoque de contratos, de cerca de US$ 100 bilhões, dá conta da demanda por proteção cambial, alimentando expectativas de que a atuação pode acabar ou ser reduzida ano que vem.
O mercado também continuava sob a expectativa de quais medidas serão adotadas pela nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff para enfrentar o cenário de inflação alta e crescimento baixo.
Atuação do BC no mercado de câmbio
O Banco Central manteve seu programa de intervenções no câmbio, com as novas regras anunciadas em junho. Foram vendidos 4.000 novos contratos de swap: 2.300 com vencimento em 1º de setembro de 2015 e os outros 1.700 para 1º de dezembro do próximo ano.
O BC também realizou mais um leilão para rolar os contratos de swap que vencem em 2 de janeiro. Foram vendidos 10 mil swaps: 3.500 com vencimento em 3 de novembro de 2015 e os outros 6.500 para 1 de fevereiro de 2016. A operação movimentou o equivalente a US$ 489,6 milhões.
Ao todo, o BC já rolou o equivalente a US$ 5,391 bilhões, ou cerca de 55% do lote total do mês que vem, que corresponde a US$ 9,827 bilhões.
Além dessas duas operações, o BC fez um leilão de venda de até US$ 1 bilhão com compromisso de recompra em 5 de maio de 2015.
Cenário externo
No contexto internacional, os investidores mantinham a expectativa de que o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, elevará sua taxa básica de juros no ano que vem. Isso poderia atrair para os Estados Unidos recursos atualmente investidos em países emergentes, como o Brasil. Com menos dólares aqui, a moeda ficaria mais cara.
O Fed se reúne nesta semana e deve dar sinais de quando começará a subir os juros no país.
"Os dados dos EUA têm vindo bons e os diretores do Fed têm se mostrado um pouco mais confiantes. Essa pode ser uma reunião importante", disse o operador de uma corretora internacional à agência de notícias Reuters.
Fonte: UOL