Economia

Dólar sobe e se aproxima de R$ 3,25, com cautela sobre reforma da Previdência

O dólar opera em alta ante o real nesta segunda-feira (5), com os investidores cautelosos sobre o andamento da votação da reforma da Previdência diante da falta de apoio político do governo para tirar a matéria do papel, considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem, segundo a Reuters.

Por volta de 10h30, a moeda norte-americana subia 0,61%, vendida a R$ 3,2346. 

Desde o dia 1º de fevereiro, o G1 passou a usar como referência a cotação do dólar fornecida pelo Valor PRO, serviço de informação financeira do jornal Valor Econômico.

A cena externa também continuava no radar, após crescerem os temores de que os juros nos Estados Unidos podem subir mais e, assim, influenciar o fluxo de capital global.

"O mercado se posicionou na sexta-feira (2) ao cenário de juros nos Estados Unidos e hoje segue nesse posicionamento, também voltado às questões internas, à reforma da Previdência", afirmou à Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, acrescentando que, caso a reforma não seja aprovada, o dólar ainda deve subir mais um pouco sobre o real.

O governo continuava no esforço para tentar unir os 308 votos mínimos necessários para aprovar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados após o Carnaval. Recentemente, o presidente Michel Temer negou que tivesse jogado a toalha sobre a votação da reforma, mas destacou que o país não podia ficar no tema o ano inteiro.

Nesta manhã, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que não pretendia retirar a reforma da Previdência da pauta antes de 20 de fevereiro, para quando está prevista a votação da matéria pelos deputados, mas deixou em aberto a possibilidade após essa data.

No exterior, o dólar operava praticamente estável ante uma cesta de moedas depois de se recuperar no final da semana passada, quando o forte relatório sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos sugeriu que a fraqueza da moeda pode ter ido longe demais e muito rápido.

Cresceram as apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, possa de fato elevar os juros da maior economia do mundo três vezes neste ano, o que ajudaria a atrair recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira.

O Banco Central brasileiro não anunciou intervenção no mercado de câmbio para esta sessão, por enquanto. Vencem em março US$ 6,154 bilhões em swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, e caso a autoridade queria rolá-los, terá de fazer leilões neste mês.

Na sexta-feira (2), o dólar subiu 1,46% e fechou cotado a R$ 3,2149. Segundo o Valor, na semana passada, o dólar saltou 2,42%, o que deixa o real com o pior desempenho para o período, considerando 33 pares da moeda americana. A alta de 2,42% para uma semana é a maior desde o período terminado em 19 de maio, quando houve valorização de 4,25% na sequência das delações da JBS.

Redação

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