Economia

Dólar passa a barreira dos R$ 3,50 e fecha em alta pelo 6º dia

O dólar fechou mais uma vez em alta nesta quinta-feira (6), ultrapassando a barreira dos R$ 3,50, em meio à contínua deterioração do cenário político e econômico brasileiro e expectativas de alta de juros nos Estados Unidos.

A moeda norte-americana avançou pela 6ª sessão seguida e subiu 1,39%, cotada a R$ 3,5374 – maior cotação desde 5 de março de 2003, quando fechou a R$ 3,555. Mais cedo, a cotação chegou a bater R$ 3,5709. Veja a cotação.  

Na semana e no mês, o dólar acumula alta de 3,29%. No ano, há valorização de 33,05%. Nas seis altas consecutivas, o dólar subiu 6,25%.

Essa forte alta refletiu na cotação nas casas de câmbio, que vendem o dólar turismo, valor que é sempre maior que o divulgado no câmbio comercial. Nas casas de câmbios pesquisadas pelo G1, o dólar chegou a R$ 3,97. 

"Com o dólar do jeito que está, é preciso que haja uma notícia muito forte para o mercado parar de subir", disse à Reuters o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca. Pesquisa Datafolha mostrou nesta quinta-feira que a impopularidade da presidente Dilma Rousseff é recorde entre todos os presidentes desde 1990.

Somava-se a isso outras turbulências políticas, com atritos entre o Legislativo e o Executivo gerando entraves para a aprovação de projetos importantes para o governo no Congresso.

"Eles (Congresso) estão atropelando a Dilma", disse à Reuters o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. "Enquanto a situação estiver confusa como agora, o dólar não vai parar de subir".

Juros nos EUA
A perspectiva de que os juros norte-americanos podem subir no mês que vem também tem contribuído para elevar o dólar globalmente. Juros mais altos nos EUA podem atrair para o país recursos aplicados atuamente em outros mercados, como o Brasil. Por isso, a alta tende a valorizar o dólar frente ao real.

O Fed, banco central norte-americano, aguarda sinais de recuperação da economia dos EUA para subir os juros no país. Por isso, operadores aguardavam a divulgação da geração de vagas no mercado de trabalho norte-americano, na sexta-feira, para calibrar suas apostas sobre a política monetária da maior economia do mundo.

"O cenário interno é o que está chamando atenção agora, mas no médio prazo, independentemente do que acontecer aqui, o dólar vai subir", afirmou à Reuters o operador de uma corretora internacional.

Intervenção do BC
A Bradesco Corretora elevou nesta manhã suas projeções para o câmbio no Brasil, estimando dólar a 3,60 reais no fim deste ano e 3,90 reais no fim de 2016, contra 3,25 e 3,40 reais, respectivamente.

Diante da escalada da moeda, já há quem acredite em maior intervenção do Banco Central. Carvalho, da BGC, espera que o BC dê alguma sinalização após o fechamento desta sessão, possivelmente aumentando a oferta de swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, para rolagem.

Pela manhã, o BC deu continuidade ao seu programa de interferência no câmbio e seguiu a rolagem dos contratos que vencem em setembro, vendendo a oferta total de até 6 mil contratos. Ao todo, o BC já rolou o correspondente a US$ 1,167 bilhão, ou cerca de 12% do lote total, equivalente a US$ 10,027 bilhões.

Fonte: G1

Redação

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