Economia

Dólar opera em queda pelo terceiro dia seguido

O dólar recuava frente ao real terceira sessão seguida nesta quinta-feira (3) e flertava com níveis inferiores a R$ 3,85, influenciado por intensos ruídos sobre o cenário político brasileiro e pela perspectiva de que deve demorar até o Banco Central começar a reduzir os juros, de acordo com a agência Reuters.

Às 13h40, a moeda tinha queda de 1,63%, a R$ 3,8244.

Na máxima, atingiu R$ 3,8804, e na mínima, R$ 3,835, menor cotação intradia desde 11 de dezembro (R$ 3,8066), segundo a Reuters.

Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h20, queda de 0,26%, a R$ 3,8635
Às 9h50, queda de 1,14%, a R$ 3,8433
Às 10h20, queda de 1,06%, a R$ 3,8466
Às 11h, queda de 0,718%, a R$ 3,8598.
Às 11h40, queda de 0,63%, a R$ 3,8632.
Às 12h20, queda de 0,84%, a R$ 3,8549.
Às 13h10, queda de 1,36%, a R$ 3,835

O mercado brasileiro tem sido intensamente influenciado pelo noticiário político. Muitos operadores entendem que vem crescendo a chance de afastamento da presidente Dilma Rousseff, algo que tem provocado reações favoráveis no mercado.

"Está crescendo no mercado a aposta de que Dilma não vai terminar seu mandato", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta. Ele ressaltou, porém, que o quadro é bastante incerto e um eventual impeachment pode dificultar o reequilíbrio da economia brasileira.

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado, teria feito acordo de delação premiada na Operação Lava Jato. Na delação, teria feito acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff, conforme revelou edição da revista "IstoÉ" que circula nesta quinta. Teria dito que Lula tinha conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras e que Dilma agiu para interferir na Lava Jato.

A notícia vem após relatos na véspera de que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro teria acertado acordo de delação premiada e também teria citado Lula, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

"Se a Lava Jato chegar no Lula, é praticamente certo que o PT não volta ao governo nem em 2018 e isso significa que aumenta a chance de mudança no governo", disse o operador de um banco internacional.

Outro foco importante é a votação da maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo recebimento parcial de denúncia contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Se a decisão for confirmada, Cunha se tornará réu em ação ligada à Lava Jato.

Operadores ressaltam que o acirramento das tensões com Cunha pode levá-lo a reagir com ataques ao governo. Por outro lado, eventual cassação do mandato do deputado pode arrefecer as tensões entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.

A queda do dólar nesta sessão originava-se também na percepção de que o BC não deve cortar os juros tão cedo, após o Comitê de Política Monetária (Copom) manter a Selic em 14,25% em decisão dividida.

A manutenção de juros elevados sustentaria a atratividade de ativos brasileiros, possivelmente atraindo capitais para o país. Segundo pesquisa da Reuters, a alta recente do dólar frente ao real parece estar perdendo força em meio às promessas de mais estímulo monetário pelos bancos centrais e sinais de estabilização nos mercados de commodities. Analistas esperam que o dólar seja cotado a R$ 4,015 em um mês, R$ 4,16 em seis meses e R$ 4,25 em 12 meses.

Os investidores também avaliam o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do país, divulgado mais cedo pelo IBGE. Os dados mostraram que a economia brasileira "encolheu" 3,8% no ano passado – a pior queda desde 1990, mas número já esperado pelo mercado.

Ação do BC
Nesta manhã, o BC promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em abril, vendendo a oferta total de 9,6 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou US$ 1,402 bilhão, ou cerca de 14% do lote total, que equivale a US$ 10,092 bilhões.

Véspera
Na quarta-feira, o dólar fechou em queda de 1,35%, vendido a R$ 3,8877, na menor cotação do ano. A última vez que o dólar fechou abaixo desde patamar foi no dia 29 de dezembro do ano passado, cotado a R$ 3,8769. No ano, a moeda norte-americana recua 1,52%.

Fonte: G1

Redação

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