O dólar opera em queda nesta terça-feira (31), de olho no mercado externo e influenciado pelo leilão de linha anunciado pelo Banco Central. A briga pela formação da Ptax do mês e expectativas de ingresso de recursos de fora também estavam no radar dos investidores, segundo a Reuters.
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Às 9h09, queda de 0,16%, a R$ 3,1223
"O dólar está vivendo um movimento exuberante, com expectativa de captações lá fora, atratividade do juro doméstico, melhora da economia após o corte da taxa Selic, bem como a previsão de que as reformas serão aprovadas", resumiu o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer.
Esses fatores superaram o anúncio do Banco Central de que vai rolar apenas parcialmente os contratos de fevereiro referente a leilão de linha –venda com compromisso de recompra–, o que poderia trazer pressão altista à moeda.
Isso porque a autoridade vai deixar de rolar US$ 800 milhões, uma vez que o leilão abrange apenas US$ 1 bilhão do total de US$ 1,8 bilhão que vencem em fevereiro.
Esses US$ 800 milhões que não serão rolados podem gerar uma pressão compradora de moeda. Entretanto, os investidores que detêm esses contratos não necessariamente precisam adquirir a moeda, podendo apenas deixar vencer o contrato, o que ajudaria na queda do dólar frente ao real.
No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas e também outras divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.
Os investidores seguem atentos às medidas do presidente norte-americano, Donald Trump, e seus efeitos no mercado.
Véspera
O dólar caiu 1,66% nos dois pregões anteriores. Na véspera, recuou 0,77%, vendido a R$ 3,1276, menor patamar de fechamento desde 25 de outubro (R$ 3,1065), com investidores acreditando que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode não elevar os juros mais do que esperado, segundo a Reuters.
O Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) define nesta quarta-feira nova taxa de juros e a expectativas são de que ela não será alterada, mantendo a faixa de 0,5 a 0,75%.
A economia dos Estados Unidos avançou menos do que o previsto no quarto trimestre de 2016, o que deve reduzir a pressão inflacionária e também as apostas de que o Fed possa elevar os juros ainda mais. Taxas mais elevadas podem atrair à maior economia do mundo recursos aplicados em outras praças, como a brasileira.
Fonte: G1