O dólar chegou a recuar 1% ante o real nesta terça-feira (17) e passou a operar na casa de R$ 3,17, influenciado pelo movimento da moeda no exterior, onde também exibe perdas ante divisas emergentes como o peso mexicano e rand sul-africano, segundo a Reuters.
Às 14h50, a moeda norte-americana caía 0,97%, vendida a R$ 3,1762.
"O dólar está acompanhando de perto o mercado externo. Ante o peso mexicano, por exemplo, o dólar está caindo 1%, aqui só está acompanhando mais de perto", comentou o sócio-diretor da gestora Jive Asset Management, Leonardo Monoli, à Reuters.
"O giro está um pouco melhor nesta sessão, mas ainda está baixo, então qualquer operação acaba influenciando mais as cotações. O ambiente de Brasil está melhor, então isso potencializa a queda aqui", emendou.
A moeda norte-americana iniciou a sessão em queda e assim permaneceu, acompanhando a busca por risco no exterior. Favorecia também a trajetória de baixa o fato de encerrar em 31 de outubro o prazo para repatriação de recursos ilegais no exterior, já que o projeto que alterava as regras saiu da pauta da Câmara.
"A decisão de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, de arquivar o projeto que modificaria a lei de repatriação de recursos enviados ilegalmente ao exterior deve provocar considerável aumento da adesão de contribuintes nessa reta final do programa, o que, em termos práticos, poderá influenciar na valorização do real diante do dólar", explicou a corretora Renascença em relatório a clientes.
A leitura do mercado é de que muitos dos investidores que estavam aguardando uma definição sobre o prazo para decidir quando iriam aderir à repatriação agora têm que correr, já que a janela termina no final deste mês.
"Temos uma janela, em tese, desta semana e da próxima para internalizar recursos", reforçou o economista da corretora BGC Liquidez Alfredo Barbutti.
Isso não significa, a seu ver, que o dólar se manterá sempre em queda. "Há dias que o mercado passa por correção, com investidores aproveitando preços, sobretudo quando a moeda cede abaixo de R$ 3,20", comentou.
O mercado doméstico de câmbio também aguardava o resultado do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que na quarta-feira pode cortar a taxa Selic.
Os investidores têm avaliado que, ao dar o primeiro passo para reduzir a taxa básica do Brasil, o Banco Central atestará as condições melhores do país e isso poderá atrair recursos estrangeiros e fazer o dólar ceder ainda mais ante o real.
Intervenção do BC
O Banco Central vendeu nesta manhã todo o lote de 5 mil contratos de swap cambial reverso – equivalente à compra futura de dólares.
Último fechamento
Na segunda-feira (17), o dólar avançou 0,1%, a R$ 3,2076. No mês de outubro, o dólar acumula queda de 1,52% ante o real. No ano, a desvalorização é de 18,76%.
Fonte: G1