Economia

Dólar opera em queda, à espera de Senado, Copom e Fed

O dólar opera em queda sobre o real nesta quarta-feira (31), enquanto investidores aguardam o desfecho do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, a definição da taxa de juros pelo Copom, e após o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuar ligeiramente mais que o esperado no segundo trimestre. O mercado aguarda ainda novas pistas sobre quando o Federal Reserve, banco central norte-americano, voltará a elevar os juros.

Acompanhe a cotação ao logo do dia:
Às 9h10, queda de 0,27%, a R$ 3,2314
Às 9h50, queda de 0,14%, a R$ 2,2358

Sem intervenção
O Banco Central não fará leilão de swap reverso nesta sessão, mantendo a prática que vem adotando no último pregão de cada mês, mas oferecerá até US$ 3,3 bilhões com compromisso de recompra pela manhã, segundo a Reuters. A operação tem como fim rolar contratos já existentes.

Na terça-feira, o dólar subiu 0,24%, vendido a R$ 3,2402. No mês, a moeda acumula leve queda, de 0,08%. No ano, há recuo acumulado de 17,93%.

Cenário interno
"Daqui para frente, os preços (nos mercados financeiros) só vão continuar melhorando se houver um ajuste fiscal claro que comece o mais cedo possível. E eu acho que há espaço para melhorar", disse à Reuters o diretor de gestão de recursos da corretora Ativa, Arnaldo Curvello, evitando citar cotações específicas.

"O mercado foi bastante complacente com o governo (do presidente interino Michel Temer) por causa da interinidade, assumindo que ele evitou atritos com o Congresso para não atrapalhar o processo de impeachment, mas isso acaba agora".

A votação final do impeachment está marcada para começar às 11h e operadores dão como certa a confirmação do afastamento definitivo de Dilma.

Por isso, a reação imediata nos mercados tende a ser contida, embora Curvello tenha ressaltado que um placar abastado possa contribuir marginalmente para alimentar a demanda por ativos brasileiros.

O estrategista de um banco internacional também vê a possibilidade de um pequeno ajuste após a confirmação, afirmando que muitos investidores que deram como certa a permanência do Reino Unido na zona do euro tiveram suas apostas frustradas e preferiram evitar cometer o mesmo erro no caso do impeachment no Brasil.

A briga pela Ptax de agosto, taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para diversos contratos cambiais, também deixava as cotações sensíveis a operações pontuais.

Juros nos EUA
Nesse contexto, o mercado brasileiro destoava de seus pares, onde o dólar se fortalecia em relação a diversas moedas emergentes após números fortes sobre o emprego no setor privado norte-americano.

O indicador alimentou expectativas de que o aguardado dado de criação de vagas fora do setor agrícola de sexta-feira também mostre bom desempenho, abrindo espaço para um iminente aumento de juros.

Declarações de autoridades do Federal Reserve (banco central norte-americano) vêm fortalecendo as apostas de que o banco central dos EUA deve elevar os juros em breve, possivelmente até no mês que vem.

Com taxas mais altas nos Estados Unidos, seriam atraídos para o país recursos aplicados atualmente em outros mercados, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real.

Fonte: G1

Redação

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