O dólar opera em alta nesta quarta-feira (21), acima de R$ 3,96, acompanhando o avanço da moeda norte-americana nos mercados externos em meio a preocupações com a economia chinesa e apreensão com a situação fiscal e política no Brasil. O patamar de R$ 3,90 foi atingido na véspera, pela primeira vez em duas semanas.
Às 12h30, a moeda norte-americana subia 1,47%, vendida a R$ 3,9605, após acumular alta de 2,69% nas últimas três sessões.
Veja a cotação ao longo do dia:
Às 9h10, subia 0,69%, a R$ 3,9298.
Às 9h49, subia 0,76%, a R$ 3,9326.
Às 10h20, subia 0,69%, a R$ 3,9301.
Às 11h, subia 0,79%, a R$ 3,9337.
Às 11h30, subia 1,13%, a R$ 3,947.
Às 12h10, subia 1,25%, a R$ 3,9517.
"A sessão asiática viu outra queda das bolsas chinesas, que respingou sobre moedas emergentes, gerando perdas mais notáveis", escreveram analistas do Scotiabank em nota a clientes.
A divisa dos Estados Unidos avançava em relação a moedas como os pesos chileno e mexicano, com investidores evitando ativos de maior risco após os dois principais índices acionários chineses marcarem a maior queda em mais de um mês, em meio ao cenário econômico mais fraco da segunda maior economia do mundo.
No Brasil, o quadro de nervosismo era influenciado também pelas incertezas políticas. Nesta manhã, parlamentares da oposição entregaram novo pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff ao presidente da Câmara dos deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Investidores temem que as turbulências dificultem ainda mais o ajuste fiscal e golpeiem a credibilidade do país, afastando capitais estrangeiros. A perspectiva de que o Brasil deve alterar sua meta fiscal neste ano para reconhecer déficit primário também pesava sobre o humor – o governo pode reconhecer um déficit que poderia chegar a R$ 50 bilhões.
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, declarou nesta quarta que há uma perspectiva de "frustração de receitas" antes esperadas para este ano e que isso pode gerar a necessidade de uma "revisão da meta fiscal fixada para este ano".
"A indefinição é muito grande. Isso tirou muita gente do mercado, ninguém quer se arriscar sabendo que a volatilidade pode voltar a qualquer momento", disse o operador de um importante banco nacional.
No campo externo, dados mistos sobre a economia dos Estados Unidos vêm trazendo dúvidas sobre se os juros norte-americanos subirão neste ano. Se de fato o Federal Reserve, banco central dos EUA, não agir neste ano, ativos de países emergentes, que pagam juros elevados, continuariam atraentes.
Nesta manhã, o Banco Central dará continuidade ao seu programa diário de interferência no câmbio, seguindo a rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, com oferta de até 10.275 contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou US$ 6,655 bilhões, ou cerca de 65% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.
Após o fechamento dos negócios, o Banco Central anuncia sua decisão sobre a taxa básica de juros e o mercado espera que a Selic seja mantida em 14,25%.
Na véspera, o dólar avançou 0,67%, a R$ 3,9028 na venda, na maior cotação de fechamento desde 2 de outubro (R$ 3,9457). Na semana, o dólar acumula alta de 0,76% e no mês, queda de 1,58%. No ano, há valorização de 46,79%.
Fonte: G1