Depois de um início de negócios em baixa, o dólar retomou a trajetória dos quatro dias anteriores e opera em alta nesta quarta-feira (5), em meio ao cenário de turbulências políticas internas e crescentes expectativas de alta de juros nos Estados Unidos em setembro.
Por volta das 12h10, a moeda norte-americana subia 0,63%, a 3,4860 na venda. Mais cedo, no entanto, o dólar chegou a ser vendido a R$ 3,5009, maior patamar desde março de 2003.
"Para cada motivo que alguém encontra para vender (dólares), tem dez para comprar", disse à Reuters o superintendente de derivativos de uma gestora de recursos nacional.
Os investidores continuavam preocupados com a possibilidade de novos golpes à credibilidade do país devido às turbulências políticas.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou na véspera que a Casa deve votar na quinta-feira as contas de três ex-presidentes, abrindo caminho para eventual deliberação das contas da presidente Dilma Rousseff, ainda em análise no Tribunal de Contas da União (TCU). Um eventual parecer desfavorável do TCU pode dar força àqueles que defendem a abertura de um processo de impeachment.
No exterior, a perspectiva de alta de juros dos EUA no mês que vem contribuía para elevar o dólar em escala global. "Não há dúvida de que o Fed não vai demorar para aumentar juros. Agora, é a hora de o mercado fazer ajustes finos, aumentando ou diminuindo pouco a pouco a chance de (alta de juros em) setembro", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Na véspera, a moeda norte-americana terminou o dia a R$ 3,4642, em alta de 0,28%, totalizando quatro dias de ganhos e atingindo novamente o maior valor em 12 anos. No ano, o dólar acumula valorização de 30,30% sobre o real.
Mais tarde, o Banco Central brasileiro dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em setembro, com oferta de até 6 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
Fonte: G1