O dólar iniciou a semana operando em alta, chegando a bater R$ 3,10, após encerrar cotado a R$ 3 na sexta-feira.
Investidores reagem com preocupações diante da resistência à presidente Dilma Rousseff e o escândalo em torno da Petrobras, que podem gerar ainda mais obstáculos para o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica.
Nesta segunda-feira (9), perto das 13h50, a moeda norte-americana tinha alta de 1,55% e era cotada a R$ 3,1039 na venda. Na máxima desta sessão, a divisa atingiu R$ 3,1108, maior cotação desde junho de 2004.
"Panelaço"
No domingo, durante a transmissão pela TV de discurso em que defendeu que o ajuste econômico vai durar o tempo que for necessário, Dilma foi vaiada em diversas cidades, enquanto pedia união e paciência.
As manifestações "deixam evidente o forte nível de desaprovação pelo qual a atual gestão vem passando", escreveu em nota a clientes o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho.
Ele lembrou ainda a divulgação da lista de investigação de dezenas de parlamentares devido ao caso de corrupção da Petrobras, "potencializando ainda mais a falta de credibilidade de nossas lideranças".
As medidas de reequilíbrio das contas públicas vinham servindo como um alento para investidores em meio à perspectiva de contração econômica e inflação de mais de 7 por cento neste ano
Nas últimas semanas, contudo, as dificuldades que o governo tem enfrentado para implementar essas ações mudaram o cenário, levando investidores a evitar ativos brasileiros e impulsionando o dólar aos maiores níveis em mais de dez anos.
O movimento também reforçou a incerteza sobre o futuro das intervenções diárias do Banco Central no câmbio, marcadas para durar pelo menos até o fim de março.
Na sexta-feira, a moeda fechou a R$ 3,0565, em alta de 1,49%. Este foi o maior valor desde o dia 5 de agosto de 2004, quando o dólar chegou à cotação de R$ 3,0637, segundo dados do Banco Central. O dólar subiu 7,02% na semana. Segundo a Reuters, esta foi a maior alta semanal desde 2008. No ano, a moeda acumulou valorização de 14,96%.
Fonte: G1