O dólar opera em alta ante o real nesta segunda-feira (23), seguindo o movimento da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior em meio aos temores de que a pressão inflacionária leve o banco central dos Estados Unidos a ser mais firme no aperto monetário, segundo a Reuters.
"O Treasury de 10 anos testou novamente os picos deste ciclo econômico… geralmente, as rodadas de abertura (alta das taxas) dos Treasuries afetam o humor global a risco, o que está dando suporte ao dólar no mundo", disse à Reuters o gestor e sócio da corretora Flag, Dan Kawa.
Os Treasuries são títulos da dívida pública do Tesouro dos Estados Unidos e são emitidos para financiar a dívida nacional dos EUA.
Os rendimentos dos Treasuries de 10 anos se aproximavam de 3%, e com isso o dólar chegou a atingir a máxima em sete semanas ante a cesta de moedas.
A moeda também subia ante divisas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
O movimento dos Treasuries ocorre num momento em que o mercado especula sobre o avanço da inflação nos Estados Unidos, o que levaria o banco central do país a ser mais duro no aumento dos juros, segundo a Reuters.
"E isso levaria a menos liquidez no mercado, o que puxa o dólar", explicou um gestor de derivativos de uma corretora local.
Por ora, o mercado vem trabalhando com mais duas altas de juros nos EUA este ano, além da que já aconteceu em março.
Como pano de fundo, os investidores seguiam acompanhando o noticiário político em busca de informações sobre as articulações políticas para as eleições deste ano.
Na sexta-feira, a divisa encerrou a R$ 3,4106 na venda, acumulando queda de 0,48% na semana. No mês, entretanto, o dólar tem alta de 3,25%.
O Banco Central brasileiro realiza nesta sessão leilão de até 3,4 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em maio e somam US$ 2,565 bilhões.
Se mantiver esse volume diário e vendê-lo integralmente, o BC rolará o valor total dos swaps que vencem no próximo mês.