O dólar sobe ante o real nesta terça-feira (15), reagindo ao aumento das chances de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir um ministério e ao quadro de aversão a risco no exterior. Na véspera, a moeda fechou em alta, interrompendo sequência de 4 quedas seguidas.
Às 11h49, a moeda norte-americana subia 1,79%, a R$ 3,7179.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, alta de 1,85%, a R$ 3,7203.
Às 9h50, alta de 1,91%, a R$ 3,7222.
Às 10h10, alta de 1,6%, a R$ 3,7109.
Às 10h40, alta de 1,37%, a R$ 3,7025.
Às 11h10, alta de 1,57%, a R$ 3,7099.
Às 11h19, alta de 0,86%, a R$ 3,684.
Cenário político
Operadores entendem que a volta de Lula ao governo serve como a última linha de defesa contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e pode levar a eventual mudança da política econômica no sentido de afrouxar o comprometimento com a recuperação das contas públicas, segundo a Reuters.
"Se o governo der uma guinada populista agora, o país vai piorar cada vez mais rápido", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho, acrescentando que a possível volta de Lula para o governo "reduz a chance de impeachment e prolonga a discussão. É a última cartada".
Lula viaja a Brasília nesta terça-feira para conversar com a presidente Dilma e fechar sua ida para a Casa Civil ou para a Secretaria de Governo. O ex-presidente estaria negociando, segundo noticiou a imprensa, mudanças na política econômica.
Lula ficaria encarregado das relações políticas, em um momento em que o PMDB, principal partido da base aliada, dá sinais de que pretende se afastar do governo, com alguns membros do partido apoiando o processo pelo impeachment de Dilma.
A perspectiva de mudança no governo agrada muitos investidores, que acreditam que o movimento pode ajudar a pavimentar o caminho para a recuperação da economia brasileira. Alguns ressaltam, porém, que o quadro de incertezas serve de entrave para o reequilíbrio econômico.
Cenário externo
Nesta sessão, a alta do dólar frente ao real vinha também em linha com os mercados externos, onde predominava a aversão a ativos de maior risco. A queda dos preços do petróleo –reflexo de preocupações com as perspectivas para a oferta– e a decepção com a falta de novos estímulos pelo banco central do Japão mantinham o ambiente de apreensão.
"Se não bastasse a pressão que vem de dentro nesses dois últimos pregões, o (quadro) exterior também não ajuda", disse o operador de uma corretora internacional.
O Federal Reserve, banco central norte-americano, anuncia sua decisão sobre os juros na quarta-feira. Espera-se que o Fed mantenha os juros, mas o comunicado será monitorado de perto em busca de pistas sobre sua estratégia para quando voltará a elevar as taxas.
Eventual aumento de juros nos EUA pode levar à saída de dólares de países considerados menos seguros, como o Brasil.
Véspera
Na véspera, o dóalr fechou em alta de 1,7%, vendido a R$ 3,6524 – maior avanço desde 16 de fevereiro (1,86%), após ter acumulado queda de 10,30% no mês até a véspera. No mês, o dólar ainda acumula queda de mais de 8%. No ano, a desvalorização é de 7,5%.
Atuação do BC
Nesta manhã, o Banco Central fará mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em abril, que equivalem a US$ 10,092 bilhões, com oferta de até 9,6 mil contratos.
Fonte: G1