Economia

Dólar opera abaixo de R$ 3,90, de olho em Fed

O dólar recuava abaixo do patamar de R$ 3,90 nesta quinta-feira (4), reagindo à percepção de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, não deve aumentar os juros tão cedo. Juros mais altos poderiam atrair para os EUA recursos aplicados em países como o Brasil, aumentando, assim, o valor do dólar por aqui.

Às 14h10, a moeda norte-americana recuava 0,98%, vendida a R$ 3,8795. 

Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h21, queda de 1,48%, a R$ 3,8601.
Às 9h49, queda de 1,55%, a R$ 3,8571.
Às 10h29, queda de 1,41%, a R$ 3,8625.
Às 10h50, queda de 1,21%, a R$ 3,8704.
Às 11h19, queda de 1%, a R$ 3,8786.
Às 11h30, queda de 0,88%, a R$ 3,8836.
Às 11h59, queda de 1,22%, a R$ 3,8701.
Às 12h29, queda de 1,50%, a R$ 3,8590.
Às 13h15, queda de 1,57%, a R$ 3,8565.

De acordo com a Reuters, na mínima desta quinta-feira, a moeda norte-americana atingiu R$ 3,8449, menor nível intradia desde 29 de dezembro, quando foi a R$ 3,8404.

Turbulências nos mercados financeiros globais, dados fracos sobre a economia norte-americana e declarações de autoridades do Fed vêm alimentando apostas de que o banco central norte-americano pode demorar para aumentar os juros novamente.

Essa percepção tende a favorecer mercados emergentes, que manteriam sua atratividade diante de juros ainda baixos na maior economia do mundo. Além disso, a queda da moeda norte-americana em relação a outras divisas importantes barateia commodities cotadas em dólar para detentores dessas moedas, trazendo alívio adicional a ativos de países exportadores.

"Se todo esse ambiente financeiro difícil que vimos no começo do ano levar o Fed a adiar o aumento de juros, isso pode acabar sendo positivo para nós", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold à Reuters.

O real tem tido desempenho melhor do que seus pares desde o início deste ano. Embora analistas sejam praticamente unânimes ao afirmar que o dólar deve eventualmente voltar a subir, alguns já começam a levantar a possibilidade de um alívio no curto prazo.

O Nomura Securities ressaltou em relatório que a correção das contas externas do Brasil tem sido forte desde o início do ano passado.

"Não vemos isso como condição suficiente para garantir uma visão positiva para o real, mas acreditamos que esse ajuste das contas externas desempenha um papel em limitar a depreciação daqui em diante", escreveu o economista João Pedro Ribeiro. Ele projeta que o dólar deve terminar o ano a R$ 4,20.

Essa percepção não é unânime, porém, e alguns nas mesas de câmbio suspeitam que o bom desempenho do real teria sido influenciado por grandes operações pontuais envolvendo títulos cambiais, possivelmente conduzidas por bancos públicos.

Véspera
Na véspera, o dólar caiu 1,7%, vendido a R$ 3,9181. Foi a menor cotação de 2016. Pela primeira vez no ano, o dólar passou a registrar queda anual acumulada sobre o real, de 0,76%. Até então, o menor valor de fechamento atingido no ano havia sido de R$ 3,9591, na segunda-feira (1º). O valor de quarta é ainda o menor desde o dia 29 de dezembro de 2015, quando a moeda terminou os negócios vendida a R$ 3,8799.

Ação do BC
Nesta manhã, o Banco Central promoveu mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em março, vendendo a oferta total de 11,9 mil contratos. Ao todo, a autoridade monetária já rolou US$ 2,329 bilhões, ou cerca de 23% do lote total, que equivale a US$ 10,118 bilhões.

Fonte: G1

Redação

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