Numa sessão marcada pelo baixo volume de negócios, o dólar fechou em queda ante o real nesta sexta-feira (26), com investidores ainda aguardando detalhes sobre o programa de intervenção no câmbio do Banco Central, que será estendido no próximo ano e aproveitando a ausência de divulgação de dados econômicos relevantes para corrigir parte da alta recente da divisa.
O dólar recuou 0,83% e fechou cotado a R$ 2,6741 na venda. Na véspera, o mercado ficou fechado devido ao feriado de Natal.
Na semana, a moeda acumulou, porém, alta de 0,63%.
No mês, o dólar subiu 3,98%. No ano, a valorização é de 13,43%.
O volume financeiro do pregão, segundo dados da BM&F, ficou em torno de US$ 1,4 bilhão.
Com apenas alguns dias úteis para o fim de 2014, o BC ainda não detalhou os volumes de swaps cambiais -derivativos que equivalem à venda de dólares no mercado futuro – que serão oferecidos no próximo ano dentro de seu programa de intervenção.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, já disse que a oferta diária de swap pode ser reduzida para até 50 milhões de dólares. Atualmente, a autoridade monetária oferece 200 milhões de dólares em swaps diariamente.
"Pela lógica, o BC reduziria a oferta (diária de swaps), mas não pode fazer porque a pressão de alta no dólar cresceria, o que é ruim para a inflação", afirmou o gerente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca, para quem a moeda-norte-americana continuará rondando os R$ 2,70 no curto prazo.
Nesta manhã, o BC deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, ofertando até 4 mil swaps cambiais, com volume equivalente a US$ 196,3 milhões. Foram 2,05 mil papéis com vencimento em 1º de setembro de 2015 e 1,95 mil para 1º de dezembro de 2015.
O BC também vendeu a oferta total de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, que equivalem a US$ 9,827 bilhões. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 90% do lote total.
Os investidores também continuam vão continuar atentos ao noticário sobre a nova equipe econômica da presidente Dilma Roussef – encabeçada pelos ministros indicados Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento), além de Tombini- e quais medidas, sobretudo na área fiscal, vão ser anunciadas para tentar resgatar a confiança dos agentes econômicos.
No exterior, as atenções continuavam voltadas à Rússia, cuja moeda tem sofrido fortes perdas diante da queda nos preços internacionais do petróleo, e aos próximos passos do Federal Reserve, banco central norte-americano.
Diante dos recentes sinais de fortalecimento da economia norte-americana, os mercados firmaram as apostas de que o Fed elevará a taxa de juros da maior economia do mundo, movimento que pode atrair aplicações financeiras hoje alocadas em outros mercados, como o brasileiro.
Fonte: G1