Após iniciar os negócios em alta pelo sexto dia seguido, o dólar mudou de direção e fechou em queda nesta quarta-feira (17), acompanhando o tombo de mais de 10% do dólar sobre o rublo após o anúncio de novas medidas do banco central da Rússia.
A moeda norte-americada caiu 1,23%, a R$ 2,7018. Na semana, há alta acumulada de 1,91%. No mês e no ano, a valorização é de 5,06% e 14,6%, respectivamente.
Os mercados seguem atentos à crise na Rússia, onde a moeda vem se desvalorizando fortemente por conta da baixa dos preços do petróleo e pelas sanções ocidentais devido aos conflitos na Ucrânia.
Os mercados globais têm mostrado intensa aversão a ativos de risco, como os brasileiros, principalmente devido à queda dos preços do petróleo – sintoma de fraqueza na recuperação global – e à disparada do dólar frente ao rublo, destaca a Reuters.
Durante esta sessão, a cotação do rublo foi influenciada pelo anúncio do banco central russo que tomará medidas para trazer estabilidade financeira aos mercados domésticos. "Quando viu o rublo subindo, o mercado decidiu que exagerou no pessimismo ontem. Foi uma onda de alívio global", afirmou à Reuters o estrategista da Fator Corretora, Paulo Gala.
A divisa dos EUA ampliou as perdas também após os preços ao consumidor norte-americano mostrarem em novembro a maior queda em quase seis anos.
Cenário interno
Os mercados seguiam esperando a definição mais clara de como será a extensão do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio. O presidente do BC, Alexandre Tombini, já afirmou que o programa será estendido no ano que vem, com volume diário equivalente a entre US$ 50 milhões e US$ 200 milhões.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas rações diárias. Foram vendidos 500 contratos para 1º de setembro e 3,5 mil contratos para 1º de dezembro de 2015, com volume correspondente a US$ 195,6 milhões.
O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, equivalentes a US$ 9,827 bilhões. Ao todo, já rolou cerca de 65% do lote total.
O BC realizou ainda nesta sessão dois leilões de venda de até US$ 1 bilhão com compromisso de recompra. Dados do BC mostraram nesta quarta-feira que a autoridade monetária não vendeu a oferta de dólares nos dois primeiros leilões de linha deste mês, em 2 e 8 de dezembro. Segundo operadores, o resultado é evidência de que a liquidez não está comprometida no Brasil.
Fonte: G1