O dólar fechou a quinta-feira (23) em alta de mais de 1%, indo no patamar de R$ 3,13, com o mercado cauteloso após o governo aprovar com margem estreita a terceirização, levantando dúvidas sobre o avanço de outras reformas no Congresso Nacional, sobretudo a da Previdência.
O dólar avançou 1,36%, a R$ 3,1378 na venda, depois de ter batido a máxima do dia de R$ 3,1423.
A expectativa pelo contingenciamento do orçamento deste ano também influenciou o mercado cambial, com os investidores reagindo à clara sinalização de que o governo do presidente Michel Temer elevará impostos em breve, destaca a Reuters.
Nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o governo está fazendo "o máximo" para evitar a necessidade de aumento de impostos, como medida para compensar a queda na previsão de arrecadação.
Cenário local
A reforma da Previdência é considerada pela grande maioria dos agentes econômicos como fundamental para o país colocar as contas públicas em ordem. "O mercado ainda espera aprovação das reformas. Mas se continuar havendo sinalização de piora, haverá reprecificação dos ativos", afirmou à Reuters o operador da gestora Quantitas Matheus Gallina.
"O governo terá que aumentar impostos e, se isso já não fosse negativo, volta e meia fala-se em subir imposto sobre o câmbio", comentou o operador-sênior de uma corretora nacional, referindo-se à possibilidade de elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) das operações cambiais.
Os investidores continuaram reagindo também às consequências para a balança comercial após a operação Carne Fraca, com países restringindo a importação da carne brasileira. Nesta quinta-feira foi a vez de o Egito.
Na véspera, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que a média do embarque diário de carne do Brasil era de US$ 63 milhões e que havia despencado para US$ 74 mil.
O Banco Central brasileiro vendeu integralmente nesta sessão o lote de até 10 mil swaps tradicionais – equivalente à venda futura de dólares – ofertados para rolagem dos contratos de abril. Já foram seis leilões iguais, que reduziram a US$ 6,711 bilhões o estoque que vence no mês que vem.