O dólar comercial fechou esta terça-feira (5) em alta de 1,86%, cotado a R$ 3,681 na venda, no segundo avanço seguido.
É o maior valor de fechamento desde 24 de março, quando o dólar também havia fechado a R$ 3,681.
Na véspera, o dólar havia subido 1,43%. A moeda ainda acumula desvalorização de 6,76% no ano.
Crise política
Investidores continuavam de olho no cenário político brasileiro.
Após semanas de euforia com a perspectiva de troca no governo –algo que muitos operadores avaliam como o primeiro passo para a retomada da confiança–, parte do mercado passou a adotar estratégias mais cautelosas nos últimos dias em meio à crescente incerteza em relação ao processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Na véspera, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, pediu que o processo de impeachment seja considerado nulo por ferir a Constituição, em pronunciamento na comissão do impeachment da Câmara dos Deputados.
Ainda ontem, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki rejeitou duas ações que pediam a suspensão da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil. Operadores entendem que Lula pode ter mais facilidade para angariar apoio no Congresso Nacional para reduzir as chances de impeachment.
Hoje, outro membro do STF, o ministro Marco Aurélio Mello, decidiu que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, deve dar seguimento ao pedido de abertura de impeachment contra o vice-presidente da República, Michel Temer. O vice seria o primeiro na linha sucessória de Dilma em caso de impedimento.
Atuação do BC
O Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio. Nesta sessão, o BC leiloou todos os 5.960 contratos de swap cambial reverso (equivalente à compra futura de dólares) ofertados.
O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de 5.500 contratos de swap tradicional (o oposto dos swaps reversos, funcionando como venda futura de dólares) com vencimento para o mês que vem.
Petróleo e juros nos EUA
Também influenciou a alta do dólar nesta sessão a queda nos preços do petróleo no mercado internacional.
Além disso, investidores também especulavam sobre os juros nos Estados Unidos, após autoridades do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) sinalizarem que os juros podem subir em breve.
Juros maiores nos EUA poderiam atrair para lá recursos atualmente aplicados em economias emergentes, como o Brasil.
Fonte: UOL