Após subir 1% na véspera, o dólar recua ante o real nesta sexta-feira (18), num movimento parcial de correção com os investidores ainda cautelosos diante do movimento que terá de se feito pelo governo em busca de apoio para as reformas no Congresso Nacional, de acordo com a Reuters.
Às 13h19, a moeda norte-americana recuava 0,72%, vendida a R$ 3,1555. O cenário externo também estava no radar, com preocupações com a capacidade do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de implementar sua política econômica.
"Seguem no radar as negociações para a aprovação das novas metas fiscais anunciadas pelo governo, que podem servir de teste para avaliar como será o apoio a reforma da Previdência", afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, em relatório.
Na véspera, chegou ao Congresso a mensagem presidencial contendo projeto que modifica as metas de resultado primário para 2017 e 2018 para déficit de R$ 159 bilhões.
A mudança da meta foi acompanhada de medidas, como a elevação da contribuição previdenciária de servidores, que também precisam de aprovação do Congresso. Além disso, o governo também quer garantir no Legislativo a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) e o Refis, renegociação de dívidas tributárias. Isso sem contar a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.
"O ambiente político continua tumultuado com dúvidas em relação à aprovação da TLP, que está com prazo bastante apertado", afirmou à Reuters o chefe da mesa de derivativos da Mirae Asset, Olavo Souza.
Para impedir que denúncia por crime de corrupção passiva contra ele avançasse no Congresso, o presidente Michel Temer gastou bastante de seu capital político e agora tem que aprofundar as negociações para a aprovação de reformas.
Cenário externo
Os investidores monitoravam também o exterior nesta sessão, onde crescem as preocupações sobre a capacidade de Trump de implementar medidas de estímulo. Nesta sessão, o dólar perdia força ante o iene, para onde os investidores se refugiam em tempos de turbulência.
O atentado terrorista em Barcelona na véspera, que deixou ao menos 14 mortos, também ajudava a fortalecer o iene. O dólar recuava ante uma cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.
Na véspera, a moeda norte-americana subiu 1,02%, vendida a R$ 3,1785, maior alta desde 20 de junho, quando a moeda subiu 1,40%.