O dólar operava em baixa ante o real nesta quarta-feira (16), mas mantém o patamar de R$ 3,40, com o mercado de olho na ação firme do Banco Central para tentar conter a volatilidade da moeda norte-americana após a vitória de Donald Trump na corrida presidencial nos Estados Unidos ter levado muitos investidores a se desfazer de posições em países emergentes.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, queda de 0,32%, a R$ 3,4295
Às 9h39, queda de 0,57%, a R$ 3,4212
Às 10h, queda de 0,65%, a R$3,4182
Na segunda-feira, último pregão antes do feriado, o dólar subiu 1,43%, vendida a R$ 3,4408 – maior cotação de fechamento desde 16 de junho (R$ 3,47).
Em 4 sessões até segunda-feira (desde a eleição de Trump), a alta acumulada chega a 8,63%, segundo a Reuters.
Efeito Trump
Em sua campanha à Presidência, Donald Trump prometeu criação de empregos principalmente por meio de gastos em infraestrutura, o que pode gerar inflação e obrigar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a ser mais agressivo em sua política de elevação das taxas de juros.
Juros mais altos nos Estados Unidos têm potencial para atrair recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro, motivando, assim, uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real.
BC anuncia intervenção maior na quarta-feira
O Banco Central realiza nesta sessão dois leilões de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de moeda. No primeiro, ofertará até 10 mil novos contratos para vencimento em 1/2/2017 e 1/3/2017 e, no segundo, até 20 mil contratos, com os mesmos vencimentos, para rolagem de swaps de 1º de dezembro.
A ação do BC veio em conjunto com a do Tesouro Nacional, que além de suspender os leilões de venda de LTN e NTN-F desta semana, anunciou leilões diários de compra de Notas do Tesouro, Série F (NTN-F), também devido à volatilidade dos mercados.
Desde a última sexta-feira, o BC tem utilizado swaps tradicionais para tentar conter um avanço do dólar ante o real. De início, o BC anunciou apenas a rolagem de até 15 mil contratos, embora tenha realizado intervenções durante a sessão de sexta-feira, em momentos de forte alta do dólar.
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, já afirmou que continuará atuando no mercado de câmbio, ressaltando que o estoque de swaps tradicionais é menor hoje em dia, o que dá "conforto" para a ação do BC. Disse ainda que o câmbio flutuante no Brasil é uma importante ferramenta e repetiu que o BC somente reduzirá o estoque de swaps tradicionais quando as condições de mercado permitirem.
Fonte: G1