O dólar tinha alta contra o real nos primeiros negócios desta sexta-feira (29), recuperando algum fôlego depois de ter despencado mais de 6% nos últimos quatro pregões e revertido seus ganhos no acumulado do mês, em sessão que promete ser volátil devido à formação da Ptax do fim de julho.
Às 9h08, o dólar à vista avançava 0,18%, a R$ 5,1713 na venda. Na B3, às 9h08, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,35%, a R$ 5,1695.
O Banco Central realizará neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de setembro de 2022.
Na quinta-feira (28), a moeda americana caiu à sua menor cotação desde meados de junho. Enquanto a moeda americana perdeu força, o mercado de ações fechou no azul. O índice de referência da Bolsa de Valores brasileira subiu 1,14%, a 102.596 pontos.
O Ibovespa também foi positivamente influenciado pela alta de 3% das ações preferenciais da Petrobras, que confirmou uma nova distribuição de dividendos com valor superior às expectativas de analistas.
Em geral, investimentos de risco superaram a segurança da renda fixa atrelada à moeda americana após a divulgação, ainda pela manhã, de dados sobre a desaceleração inesperada na economia dos Estados Unidos.
O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA caiu a uma taxa anualizada de 0,9% no último trimestre, disse o Departamento de Comércio em sua estimativa preliminar. Economistas consultados pela agência Reuters previam uma alta de 0,5%.
Isso reduziu as apostas de investidores para altas mais agressivas na taxa de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).
Na prática, o mercado considerou que vale a pena apostar em ações ou na renda fixa de economias emergentes que pagam juros altos, como a do Brasil, uma vez que o retorno dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos tende a ficar abaixo das expectativas.
Na Bolsa de Nova York, o indicador parâmetro S&P 500 escalou 1,21%. A Nasdaq, que reúne ações do setor de tecnologia e de maior potencial de crescimento, avançou 1,08%. O Dow Jones, que acompanha empresas de grande valor, subiu 1,03%.
Na última quarta-feira (27), o Fed apontou limites para a continuidade do seu programa de aumento progressivo dos juros, embora tenha aplicado uma nova alta de 0,75 ponto percentual em sua taxa.
O foco do aperto ao crédito é combater a inflação nos Estados Unidos, que está na casa dos 9,1%, a maior em quatro décadas.
Sinais de que a economia pode desacelerar ao ponto de conduzir o país a uma recessão, porém, levantam discussões sobre a calibragem da política monetária americana.