O exame de DNA realizado em um corpo carbonizado achado dentro de um carro em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, confirmou que a morta é Jandira Magdalena dos Santos Cruz, de 27 anos. A informação foi dada nesta terça-feira (23) pelo delegado Hilton Alons, da 35ª DP (Campo Grande). Grávida de 4 meses, Jandira estava desaparecida desde o dia 26 de agosto, quando entrou em um carro branco no terminal de Campo Grande, em direção a uma clínica clandestina de aborto.
Segundo Hilton, a família já foi avisada do resultado. Até as 18h10, o G1 não havia conseguido falar com familiares.
Quatro pessoas estão presas por envolvimento no caso e um homem está foragido. Rosemere Aparecida, que seria chefe da quadrilha, foi presa no dia 11 de setembro. Vanusa Baldacine, suspeita de ter levado Jandira para a clínica, também foi detida e disse, em depoimento, que ela morreu na clínica clandestina. Também estão presos Marcelo Eduardo Medeiros, que alugava a casa para a clínica, e Mônica Gomes Teixeira, que recepcionava as clientes. O falso médico Carlos Augusto Graça de Oliveira teve a prisão temporária decretada, mas não foi encontrado. Ele é suspeito de ter realizado a cirurgia.
Outro caso
O corpo encontrado confirma a segunda morte em menos de um mês na Região Metropolitana do Rio causadas por abortos em clínicas clandestinas. Nesta terça (23), foi enterrado, no Cemitério de Maruí, em Niterói, o corpo de Elizângela Barbosa, que morreu no sábado (20), após complicações de um aborto. A necropsia encontrou um tubo de plástico dentro do útero.
A funcionária da clínica, localizada no bairro Sapê, será indiciada pelo crime de aborto, segundo informou a Polícia Civil. Ela foi detida durante operação da Divisão de Homicídios (DH) de Niterói. Os agentes localizaram a casa, na Rua Silvino Pinto, onde funcionaria a clínica. De acordo com o delegado Adilson Palácio, há indícios de que o aborto tenha sido realizado lá.
G1