A dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro no Brasil e no exterior, avançou 0,79% em setembro, para R$ 3,43 trilhões, informou nesta segunda-feira (23) a Secretaria do Tesouro Nacional. Em agosto, a dívida estava em R$ 3,40 trilhões.
O aumento está relacionado unicamente às despesas do governo com o pagamento de juros da dívida pública, que totalizaram R$ 27,15 bilhões em setembro.
No mês passado, os resgates feitos por investidores superaram as emissões, pelo governo, de novos títulos da dívida pública em R$ 320 milhões.
Segundo o Tesouro Nacional, esse resgate aconteceu por causa da devolução de R$ 15 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao governo no mês passado, feita por meio de títulos públicos.
Outros R$ 18 bilhões foram devolvidos pelo banco público ao governo federal em recursos em espécie, mas essa parte não impacta a dívida mobiliária. Neste caso, impacta somente a dívida bruta do setor público.
A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, ou seja, para cobrir os gastos que ficam acima da arrecadação com impostos e contribuições.
Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como dívida externa.
Dívida interna: foi registrado um aumento de 0,78% em setembro, para R$ 3,31 trilhões. Neste caso, a alta foi de R$ 25 bilhões.
Dívida externa: resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, contabilizou um crescimento de 1,12% no mês passado, para R$ 118,88 bilhões. A alta da dívida externa foi de R$ 1,2 bilhão em setembro.
Programação para 2017
Para este ano, a expectativa do Tesouro Nacional é de novo aumento na dívida pública. A programação da instituição prevê que ela pode chegar aos R$ 3,65 trilhões no fim de 2017.
Se isso se confirmar, a alta da dívida, neste ano, será de R$ 538 bilhões, aumento 17,28% em relação ao fechamento de 2016.
O patamar de R$ 3,65 trilhões é o máximo previsto para a dívida interna e externa. Portanto, o crescimento pode ser menor. Estimativas do Tesouro apontam que a alta pode ficar em R$ 338 bilhões e, neste caso, a dívida chegaria ao final de 2017 em R$ 3,45 trilhões, elevação de 10,86%.
Compradores
Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna recuou em setembro. Em agosto, os não residentes detinham 12,66% do total da dívida interna (R$ 416 bilhões). No fechamento de setembro, detinham 12,57%, o equivalente a R$ 416 bilhões.
Mesmo assim, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública interna, atrás dos fundos de previdência (R$ 834 bilhões, ou 25,2% do total), dos fundos de investimento (R$ 829 bilhões em setembro, ou 25% do total); e das instituições financeiras (22,26% do total, ou R$ 737 bilhões).