Imagens do circuito interno revelaram que o diretor da Penitenciária Central do Estado (PCE), Revétrio Francisco da Costa e o subdiretor Reginaldo Alves dos Santos, o "Peixe", se reuniram com três policiais militares e dois detentos membros de facção criminosa duas horas antes da chegada do freezer recheado de celulares à unidade.
De acordo com as investigações da Gerência Contra o Crime Organizado (GCCO), a reunião durou cerca de 1 hora e ocorreu à portas fechadas. "Toda a dinâmica dos fatos foi registrada pelas imagens da unidade prisional”, aponta o relatório da investigação.
Os sete investigados são alvo da Operação Assepsia deflagrada na madrugada desta terça-feira (18). Todos estão sendo conduzido para a sede da GCCO. Ao todo, foram expedidas 15 ordens judiciais.
O freezer com os celulares foram interceptados dia 8 de junho passado por agentes penitenciários. O congelador chegou à PCE em uma caminhonete e o condutor teria fugido quando questionado pelos agentes como informou, naquela oportunidade, o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso.
Equipes da GCCO estiveram na PCE e verificaram que não havia nenhum registro de entrada ou mesmo informações acerca da entrega do referido eletrodoméstico. Diante dos fatos e da inconsistência das informações, todos os agentes penitenciários presentes foram conduzidos até a Gerência e questionados sobre os fatos. No mesmo dia, a autoridade policial determinou a apreensão das imagens do circuito interno de monitoramente da unidade, que foram extraídas por meio da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
Por meio dos depoimentos, da análise das imagens e conteúdo de aparelhos celulares apreendidos e ainda, da realização de diversas diligências, foi possível identificar e comprovar de maneira robusta, que três policiais militares, dentre eles um oficial de carreira, foram os responsáveis pela negociação e entrega do freezer recheado com os celulares.
Com a ciência do diretor e do subdiretor da unidade, segundo o relatório da GCCO, os militares enviaram o aparelho congelador que era destinado a um dos líderes de uma facção criminosa atuante no Estado.
Ao longo das investigações, a Polícia Civil conseguiu comprovar que nomesmo dia, duas horas antes do freezer ser interceptado, os três militares e os diretores da unidade, participaram de uma reunião a portas fechadas com o preso líder da organização criminosa, por mais de uma hora, dentro da sala da direção.
No decorrer das investigações, ficou constado ainda que o veículo utilizado para a entrega do freezer, na unidade, pertence a outro reeducando, que também é considerado uma das lideranças da mesma facção. Esse reeducando divide cela com o destinatário do equipamento.