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Dinheiro roubado em bancos de MT bancou Carnaval na Sapucaí

Foto: PJC

A quadrilha de roubos a bancos em Mato Grosso presa na Operação “Luxus” na manhã desta quinta-feira (05), segundo o Grupo de Combate ao crime Organizado (GCCO), gostava de ostentar o dinheiro roubado com viagens ao Rio de Janeiro (RJ), em voos de helicópteros por pontos turísticos cariocas, festas, praias e até em camarotes no Carnaval mais famoso do Mundo, na Marquês de Sapucaí.

Para se ter uma ideia da ostentação do grupo criminoso, o sobrevoo com visão panorâmica do Cristo Redentor, Pão de Açúcar – os dois maiores cartões postais da cidade – e praias paradisíacas, custa em média R$ 1,2 mil por hora.

O dinheiro era oriundo de roubos e furtos por meio de arrombamentos de paredes de pelo menos dez bancos. Modalidade que rendeu altas somas para a organização criminosa. A maior parte dos integrantes nasceu e foi criada na região do CPA, em Cuiabá.

A PJC estima lucro superior a R$ 5 milhões do grupo. Apenas em dois assaltos, eles teriam conseguido subtrair cerca de R$ 2 milhões. A Vara do Crime Organizado da Capital e a Vara Criminal, além da Comarca de Poconé, expediram 26 mandados de prisão preventiva contra 17 membros da organização criminosa, investigada há mais de seis meses.

Os mandados de prisão foram decretados no âmbito dos inquéritos policiais dos assaltos ao Banco do Brasil, localizado na Avenida Pernambuco, bairro Morada da Serra II, em 13 de novembro de 2016; e do furto qualificado ao Banco do Brasil de Poconé, ocorrido no dia 5 de fevereiro de 2017.

Família

Tão grande é o vínculo entre os suspeitos, que, segundo as investigações, eles se tratam por "família". A forma de tratamento é derivada de um time de futebol do bairro CPA, no qual se estabelece a maioria dos membros da organização criminosa. Nas redes sociais, há várias fotos dos suspeitos com bonés com a inscrição bordada "família", e camiseta do time, em fotos que aparecem G.S.B., J.A.V., e M.V.F.S.

Liderança e membros

Cada integrante exercia um papel dentro da organização criminosa, para o qual eram bem remunerados diante do lucro adquirido nos roubos e furtos. No topo da pirâmide M.V.F.S., 32, conhecido como Pato. Apontado como chefe, ele já responde por crimes de estelionatos, ameaças, calúnia, lesão corporal, desobediência e perturbação da tranquilidade.

Também no primeiro escalão está G.S.B., 35, que possui diversas passagens policiais (estelionato, ameaças, lesão corporal e injúria) e responde a processos como membro de outros grupos criminosos.

A exposição de uma vida de luxo é a marca de um dos suspeitos, conhecido também como “Beto”, que se autodenomina de "Show Man" nas redes sociais. Em recente viagem para o Rio de Janeiro, junto com amigo “Pato”, ficou caracterizado forte vínculo entre eles. Para os investigadores, a ostentação dos dois suspeitos, somada com outras provas coletadas, leva a Polícia Civil a crer que sejam os dois líderes do bando criminoso.

No segundo escalão da organização aparece C.C.F.A., 31, responsável pela execução operacional, mantendo forte vínculo com Pato, inclusive com fotos nas redes sociais.

Com participação direta nos atos criminosos, fornecendo apoio à ação ilícita em Poconé, aparece T.C.O., 31 a. A mulher usufrui dos benefícios obtidos pelo marido, e prestou auxílio à ação criminosa ocorrida no Banco do Brasil de Poconé.

Outro preso, J.A.V., 30, é apontado como um dos executores do roubo ao Banco do Brasil da Morada da Serra, em novembro de 2016. O suspeito fazia uso de tornozeleira eletrônica. Durante a investigação, os policiais analisaram a movimentação dele nos 10 dias anteriores ao roubo e 10 dias depois, e concluíram pela participação do suspeito no evento criminoso.

O acusado foi preso pela Polícia Militar, no dia 30 de janeiro deste ano, com diversas notas manchadas, típicas de sistema de segurança de caixas eletrônicos.

Modus Operandi

Para entrar nos bancos da Capital e do interior, os bandidos faziam o levantamento de pontos vulneráveis da agência, escolhiam dias e horários com pouco movimento de pessoas nas ruas, como os finais de semana e feriados.

Eles promoviam a quebra da parede e o desligamento do alarme com uso de bloqueadores de sinal, desligavam câmeras e, assim, trabalhavam tranquilamente na abertura de caixas eletrônicos e dos cofres instalados dentro das agências, de onde retiravam grandes somas de valores.

Além da destruição das instalações físicas e grande prejuízo financeiro às instituições financeiras, a população também foi prejudicada com o fechamento das agências bancárias, que permaneceram com as portas trancadas por dias até o reparo dos danos prediais e o retorno dos serviços bancários aos moradores. Foi o caso da cidade de Poconé, num dos furtos registrados ao Banco do Brasil, ocorrido em 05 de fevereiro de 2017.

"Estamos diante de uma organização criminosa que promove a destruição de agências bancárias, causando abalo na ordem pública e econômica. Vale destacar que o fechamento de agências bancárias para reparar os danos causados pelas ações criminosas reflete diretamente no dia a dia do cidadão, criando obstáculos até mesmo para a concretização de negócios que necessitem do atendimento pessoal", ressaltou o delegado titular do GCCO, Diogo Santana Souza.

Com Assessoria-PJC

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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