O ex-governador Silval Barbosa, prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó nesta sexta-feira (23), na Câmara dos Vereadores de Cuiabá e afirmou que as imagens cedidas pelo seu ex-chefe de gabinete Silvio Correa, mostram o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) recebendo dinheiro de propina referente ao acordo com a Assembleia Legislativa e não referente ao pagamento de pesquisas.
Silval negou a versão apresentada pelo prefeito, Emanuel Pinheiro, de que o dinheiro era relativo ao pagamento de uma pesquisa feita pelo Instituto Mark, de seu irmão, o empresário Marco Polo Pinheiro, conhecido como “Popó”.
“Conheço o Instituto Mark há muitos anos. Contratei várias pesquisas. O partido também teve a oportunidade. Foram várias pesquisas. Como toda campanha eleitoral, a pesquisa é paga e declarada um terço. O restante é caixa 2 mesmo. Mas a questão do vídeo não tem nada a ver com pesquisa de Popó. O vídeo era do acordo com deputados”, disse.
O ex-governador reforçou o depoimento dado por Silvio Correa, durante a CPI do Paletó em que ele afirma que o recebimento era sim propina. “Não era dinheiro de pesquisa, era dinheiro de propina”, afirmou Silvio no dia 16 de fevereiro (sexta-feira passada).
Silvio Correa, ex-assessor de Silval, foi o responsável por contratar a instalção da câmera e ajustar o enquadramento, que mostra políticos recebendo dinheiro, supostamente de propina, durante o governo de Silval. As imagens foram divulgadas pelo Jornal Nacional em agosto de 2017 e fazem parte do acordo de colaboração premiada firmado com Sílvio.
De acordo com a delação de Silvio, as gravações foram feitas devido à pressão que a Assembleia exercia sobre o governo. Como exemplo, afirma que mensagens do Executivo não eram votadas sem a liberação do mensalinho de R$ 50 mil.
Durante o depoimento, o advogado de defesa de Emanuel Pinheiro, André Stumpf perguntou a Silval Barbosa, se o dinheiro apontado nas imagens gravadas por Silvio, não seria da dívida com o instituto Mark. O ex-governador então o questiona se o advogado acredita que aquilo é mesmo pagamento de pesquisa.
“Dr. André, estou muito confiante na justiça. Agora, vou deixar uma coisa clara para você e a comissão: quem em sã consciência vai acreditar que, uma fila indiana que ocorreu naquele dia da gravação, sendo que todos estavam na minha antessala, aquilo é pagamento de pesquisa? O compromisso da minha delação é com a verdade”, ponderou.
O vídeo com a distribuição de propina foi exibido pelo programa Fantástico, da Rede Globo.
Os nomes dos deputados estaduais acusados por Silval Barbosa e Silvo Corrêa de terem recebido propina integram a delação premiada do ex-governador feita à Procuradoria-geral da República em agosto de 2017.
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