Para conseguir uma vaga na primeira missa do dia na paróquia dedicada ao santo no Centro, às 5h, os fiéis começaram a enfrentar filas na Rua da Alfândega e na Praça da República desde o início da madrugada. Nem mesmo a chuva fraca que caiu durante a noite afastou os devotos.
Apesar disso, nem todos conseguiram vaga dentro da igreja e muitas pessoas continuaram na rua, acompanhando a celebração através de caixas de som. Sem se importar, os devotos vibravam aos gritos de "Viva Jorge".
A partir das 8h, missas passaram a ser celebradas na rua, no cruzamento da Praça da República com a Avenida Presidente Vargas. Desde as 4h na fila, o aposentado Waldyr Pinto de Moreira, de 79 anos, manteve a tradição de homenagear São Jorge no dia 23 de abril.
— Sou devoto de São Jorge desde menino. Em 1962 me casei nessa mesma igreja e todo ano mantenho a tradição de vir na primeira missa do dia 23 de abril. Minha esposa vinha comigo, mas por conta de um problema de saúde ela não pode mais vir. Hoje, meu genro me fez companhia.
Tudo que eu pedi, São Jorge me deu. Por isso, não posso deixar de vir. Além disso, ainda compro 60 fitinhas para distribuir para amigos, familiares e colocar na imagem que tenho em casa e no meu carro — disse o aposentado, que é morador de Vista Alegre, na Zona Norte.
O casal Maria Luiza Gomes, de 58 anos, e Ari Matias, de 63, também acordaram cedo para encarar a fila e conseguir uma vaga na primeira missa do dia. Moradores de Santa Tereza, eles chegaram por volta das 3h.
— É questão de devoção mesmo. Há mais de 20 anos que mantenho essa tradição. Por mim, vou continuar vindo na primeira missa do dia de São Jorge — contou Maria Luiza, que se preparava para entrar na igreja.
Fonte: O Globo