O desemprego no país atingiu 7,6% em setembro, a mesma taxa de agosto, segundo informou nesta quinta-feira (22) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da estabilidade, o índice é o maior para o mês desde 2009, quando bateu 7,7%.
Em setembro do ano passado, o desemprego havia chegado a 4,9%.
Segundo Adriana Araújo Beringuy, técnica de rendimento e trabalho do IBGE, houve aumento de 36,4% da média da taxa de desocupação de janeiro a setembro de 2015, em relação à média do ano anterior.
“Também é elevado. Não é só o mês de setembro [que apresenta, no ano, crescimento significativo na taxa de desocupação], mas no apanhado do ano, os nove meses já mostram isso.”
Salários
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores caiu pelo oitavo mês consecutivo e chegou a R$ 2.179,80. Frente a agosto, o recuo foi de 0,8% e em relação a setembro do ano passado, 4,3%. Sentiram a queda tanto os empregados com carteira no setor privado quanto os trabalhadores por conta própria diante do mês anterior.
“A renda que vem diminuindo. Provavelmente por causa da renda e também do processo de pessoas que estão perdendo trabalho [há aumento da procura por trabalho]. Então, diante de renda menor e de pessoas que estão perdendo trabalho, há necessidade tanto daqueles que perdem quanto daqueles que não estavam procurando. Então, aumenta [a taxa]… chega a população desocupada nesse percentual tão elevado”, disse Adriana.
Em relação a agosto, a população desocupada não mostrou variação ao somar 1,9 milhão de pessoas. No entanto, na comparação com setembro de 2014, esse número cresceu 56,6%. Em setembro, o número de desempregados aumentou no Rio de Janeiro (25,7%), caiu em São Paulo (10,4%), mas ficou estável nas outras regiões.
A população ocupada chegou a 22,7 milhões de pessoas. Assim como a população desocupada, a ocupada ficou estável em relação aos dados de agosto, mas recuou 1,8% na comparação com setembro de 2014. Em relação ao ano passado, o número de ocupados caiu em Salvador, em São Paulo e em Belo Horizonte.
“Tem mais pessoas procurando trabalho, portanto, pressionando o mercado de trabalho, e não está tendo geração de postos. Pelo contrário, na comparação anual, ela está até caindo. De tal forma, que em termos de contingente, há acréscimo de 670 mil pessoas a mais procurando trabalho, em contrapartida, redução de 420 mil pessoas ocupada em relação ao que acontecia a um ano atrás”, analisou Adriana.
Carteira assinada
Também caiu o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado. O recuo foi de 3,5% com relação ao ano passado. Nessa base de comparação, Belo Horizonte (-5,6%) e São Paulo (-3,5%) apresentaram queda. Diante de agosto, não houve alta nem queda.
“A mudança [em 2015] se dá no emprego com carteira, que interrompe trajetória de crescimento que vinha sendo observado nos últimos anos. E o conta própria vai se consolidando na trajetória de crescimento. O que vem ocorrendo é que são justamente os grupamentos de atividades com alto grau de cobertura com carteira, que é o caso da indústria e alguns serviços, que têm demitido.”
Quanto aos tipos de atividade, o número de pessoas ocupadas na indústria caiu 4,3% e no segmento de serviços prestados à empresas, recuou 3,8%.
O nível de ocupação, que é a proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa, foi estimado em 51,7%, mostrando estabilidade em relação a agosto e queda de 1,5 ponto percentual frente a setembro.
Fonte: G1