Na primeira disputa municipal irrigada com o bilionário fundo eleitoral, as bancadas de deputados e senadores têm pressionado os seus partidos para controlarem a distribuição do dinheiro público para candidatos a prefeito e vereador pelo país.
O número de deputados eleitos em 2018 é o principal critério para definir o valor que cada partido receberá do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O fundo total para custear as campanhas será de R$ 2,034 bilhões.
Algumas legendas já sacramentaram a participação de deputados na escolha dos agraciados com o dinheiro. No PP, o quarto maior beneficiário, com R$ 140,7 milhões, uma comissão de cinco parlamentares vai autorizar ou vetar as indicações que vierem das bancadas na Câmara e no Senado.
Mantendo critério que já foi adotado na eleição de 2018, será levado em consideração o grau de fidelidade ao partido em votações.
No MDB, terceiro maior beneficiado, com R$ 148,3 milhões, as discussões sobre a divisão do fundo eleitoral ainda estão em andamento. A cúpula nacional da sigla tem intenção de definir cotas de valores para serem apadrinhadas por cada deputado, segundo dirigentes estaduais.
O mecanismo gera preocupação, já que muitos deputados têm alianças regionais com prefeitos de outros partidos.
O PT, partido que terá a maior fatia do fundo (R$ 201,2 milhões), já aprovou os critérios de distribuição do dinheiro. As sete secretarias setoriais do partido (juventude, combate ao racismo, LGBT, sindical, agrário, sindical e meio ambiente), responsáveis por promover a renovação política, vão dividir a administração de 3% do fundo.