Os hospitais filantrópicos – Hospital Geral Universitário, a Santa Casa de Misericórdia e Hospital Santa Helena – ameaçam paralisar o atendimento por falta de repasse de recursos por parte do governo estadual. Eles reclamam a falta de repasse de R$ 12,7 milhões. As alas prejudicadas são a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e serviços essenciais, como a Oncologia, leitos de retaguarda, cirurgias cardíacas e obstetrícias.
O primeiro a se pronunciar durante a sessão, ainda no pequeno expediente, foi o deputado Allan Kardec (PT). Segundo ele, o Parlamento mato-grossense, que vem se demonstrando protagonista em vários problemas estaduais, “não pode deixar de se pronunciar e cobrar do governo uma solução para a saúde pública. Temos que ajudar o governo a resolver esse problema, sob pena de a população pagar um preço muito alto caso o atendimento seja paralisado em forma de protesto”, adiantou.
Conforme Kardec, os hospitais filantrópicos de Cuiabá funcionam como referência no atendimento para a população de todo o estado, e não somente da Grande Cuiabá. Quem também engrossou as críticas ao governo no tocante à saúde foi o deputado Valdir Barranco (PT).
“Venho a esta tribuna mostrar a minha indignação com o caos na saúde mato-grossense. Se os hospitais filantrópicos fechar suas portas, mais de 800 profissionais serão colocados na rua e isso pode se caracterizar numa irresponsabilidade do governador Pedro Taques. Já não sei o que falar desse governo diante da crise na saúde”, afirmou.
“A sociedade não pode ficar sem o atendimento dos hospitais filantrópicos”, disse o deputado Guilherme Maluf (PSDB), primeiro-secretário da Assembleia Legislativa. Segundo ele, “não há nada mais urgente do que buscar soluções para evitar a greve dos hospitais filantrópicos”.
Maluf chegou a sugerir a vinda do secretário de Saúde do Estado, Luis Soares, na Assembleia Legislativa, para uma reunião com os 24 parlamentares, já nesta quinta-feira (16). “O quadro é crítico e temos o dever de buscar uma solução para o repasse de recursos dos hospitais filantrópicos”.
O líder de governo da Assembleia Legislativa, deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), reconheceu a importância do aporte financeiro do estado para os hospitais, mas avalia que a responsabilidade também cabe às prefeituras. “Cabe também responsabilidade das prefeituras, já que atende muito as necessidades da população do município e por isso temos que se fazer uma análise. Mas o governo vem ajudando mesmo não sendo dever do Estado e vai continuar, até pela comoção popular”, disse.
Para o parlamentar, é preciso fazer uma revisão da contribuição, inclusive, do governo federal quanto aos serviços prestados pelos hospitais filantrópicos. No entanto, garantiu que o governo do Estado irá buscar saídas para continuar o repasse, mesmo sem a obrigatoriedade. “Nós temos que tomar providência e rever o que por Lei o governo tem que repassar. Agora, os hospitais filantrópicos querem trabalhar no sistema SUS e cabe ao governo federal, repassar pelos serviços prestados. Mas é claro, contará com um auxílio do governo do Estado”, assinala o líder do Governo.
Já o deputado Romoaldo Júnior (PMDB), defendeu a devolução de recursos por parte dos poderes (Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas), como forma de amenizar a crise no setor da saúde. Quem também falou sobre a crise dos hospitais filantrópicos durante a sessão matutina desta quarta-feira (16), foram os deputados Pedro Satélite (PSD), Dr. Leonardo (PSD) e Janaina Riva (PMDB).